
Com lucro gerencial de R$ 3,8 bilhões e cerca de 17% de retorno sobre patrimônio (ROE), o balanço do banco Santander (SANB11) do primeiro trimestre de 2025 mostra um bom começo para a temporada de resultados dos bancos brasileiros, segundo analistas. A expectativa, após a divulgação, era de movimentação positiva nos papéis do banco, o que se mostra verdadeiro no começo desta tarde, com SANB11 subindo 2,25%, às R$ 29,04, às 13h25 (horário de Brasília).
Para a XP, o banco contrariou as expectativas por um trimestre mais fraco e conseguiu contornar os impactos da nova Resolução 4.966, que entrou em vigor neste trimestre. Com a normativa, a maneira que bancos reportam seus números, em especial sobre crédito e provisão para devedores duvidosos (PDD), foi alterada. Os números do banco foram vistos como sólidos, com alta lucratividade e a margem financeira bruta (NII, em inglês) cresceu 9% na comparação anual.
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“Apesar da deterioração do cenário macroeconômico e das altas taxas de juros, o banco manteve resultados consistentes. Mesmo com os desafios sazonais pressionando a inadimplência de curto-prazo, os NPLs acima de 90 dias permaneceram em um nível confortável de 3,3%”, afirma a XP em relatório sobre o balanço.
A margem financeira bruta também foi destaque para a análise do JPMorgan e se manteve em crescimento, com alta de 8% na comparação anual. Em relação à qualidade de ativos, o relatório aponta como misto com formação de créditos não produtivos mais alta em R$ 6,8 bilhões.
“O NII esteve aproximadamente em linha, mas com uma boa demanda por depósitos e alguns ventos contrários de R$270 milhões devido à reclassificação de taxas/custos. O NII total cresceu 8% ano a ano. Notamos algumas partes móveis provenientes de taxas (+R$130 milhões) e custos (-R$400 milhões), com um impacto negativo líquido estimado de -R$270 milhões para o NII”, diz o banco estrangeiro. JPMorgan mantém a classificação do banco como overweight (“peso superior”, similar a compra) e considera que o banco negocia a 6,6 vezes o preço sobre o lucro e 1,17 vezes o preço sobre valor contábil.
O Goldman Sachs considera o lucro líquido gerencial alinhado com suas estimativas, mas o crescimento de receita ligeiramente abaixo, tanto o NII quanto taxas. O efeito da resolução 4.966 se apresentou no aumento observado nas provisões, enquanto o NPL se 90 dias permanecia estável na comparação com o trimestre anterior.
“Por outro lado, o banco reportou um controle sólido de despesas, implicando ganhos de eficiência. Observamos que a adoção da Resolução 4.966 limita a comparabilidade com períodos anteriores devido à reclassificação entre NII, taxas e outras despesas operacionais, bem como ao novo modelo de provisão para perdas esperadas. Dito isso, os lucros antes dos impostos caíram -7% em relação ao trimestre anterior (-2% em comparação com nossas estimativas), o que foi parcialmente compensado por uma menor taxa de imposto efetiva de 17,3% (de 23,1% no 4T24). Esperamos uma leve reação negativa à perda nos lucros antes dos impostos”, aponta o Goldman.
O banco estrangeiro segue com classificação neutra para o Santander, com preço alvo de R$ 28 para fim de 2025. As ações são sendo negociadas a 6,9x P/E, para o banco, projetado para 2025, enquanto meta de preço para a instituição implica que deveriam ser negociadas a 6,5x. Dentre os riscos positivos para o nome, estão o crescimento de empréstimos melhor que o esperado, melhora cíclica e taxas de juros mais baixas que o esperado. Os principais riscos seriam justamente o oposto acontecer nesses três temas.
O CEO do banco, Mario Leão, reconhece que o cenário macroeconômico pode tornar mais desafiador o crescimento do portfólio de crédito do banco mas não a ponto de deixar a instituição preocupada, segundo afirmou em coletiva de imprensa sobre os resultados do primeiro trimestre de 2025.
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