
O UBS (UBSG34) divulgou nesta quarta-feira (30) um lucro líquido melhor do que o esperado no primeiro trimestre, mas o banco suíço alertou sobre perspectivas incertas, uma vez que as tarifas dos Estados Unidos aumentam os temores sobre o crescimento global, mesmo com o tumulto do mercado elevando os ganhos em sua atividade de trading.
O maior banco da Suíça informou que o lucro líquido atribuível aos acionistas foi de US$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2025, abaixo dos US$ 1,8 bilhão do ano anterior, mas superando a estimativa média de US$ 1,3 bilhão em uma pesquisa com analistas fornecida pela empresa.
Em sua divisão de banco de investimento, os mercados globais tiveram um trimestre recorde, com receitas que aumentaram 32% em relação ao ano anterior, sustentadas pela maior atividade dos clientes em ações e câmbio, disse o UBS.
As ações do UBS subiram mais de 2% no início das negociações.
No entanto, as perspectivas foram mais brandas, uma vez que o pano de fundo das tarifas abrangentes do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou a incerteza. “A perspectiva de tarifas mais altas sobre o comércio global representa um risco significativo para o crescimento global e a inflação, obscurecendo a perspectiva da taxa de juros”, disse o UBS.
O UBS esperava que a receita líquida de juros em seu negócio global de gestão de patrimônio diminuísse sequencialmente em uma porcentagem baixa de um dígito no segundo trimestre de 2025 e previa um declínio semelhante em seu negócio na Suíça.
A incerteza contínua do mercado pode atrasar negócios corporativos, acrescentou o banco.
“Com uma ampla gama de resultados possíveis, a trajetória econômica futura é particularmente imprevisível”, disse o UBS, acrescentando que um provável período adicional de volatilidade nos mercados poderia levar os investidores a adiar decisões sobre estratégia e alocação de capital.
A guerra comercial global desencadeada por Trump semeou a turbulência nos mercados financeiros e aumentou os temores de uma recessão, ameaçando derrubar uma série de setores, desde a manufatura até o varejo e o setor bancário.
Na terça-feira (29), o HSBC levantou o espectro de uma menor demanda por empréstimos e uma erosão na qualidade do crédito devido às consequências mais amplas das tarifas, enquanto os executivos dos grandes bancos dos EUA alertaram sobre a turbulência econômica.
O UBS reconfirmou nesta quarta seu programa de recompra de ações para 2025, dizendo que havia recomprado US$ 500 milhões em ações no primeiro trimestre e reservado outros US$ 2,5 bilhões para o restante do ano, apesar das perspectivas incertas.
A turbulência do mercado vem se somar aos planos das autoridades suíças de obrigar o UBS a manter mais capital, o que pesou sobre as ações do banco, com propostas do governo para uma revisão da regulamentação bancária esperada para junho.
As autoridades se comprometeram a elaborar regulamentações bancárias mais rígidas para evitar que se repita o colapso do Credit Suisse em 2023, que foi comprado pelo UBS em uma aquisição de emergência.
“Acreditamos que a incerteza regulatória é a principal razão para o enorme desempenho inferior das ações do UBS nos últimos 12 meses em comparação com seus pares globais”, disse o analista Andreas Venditti, da Vontobel, em uma nota.
As ações do UBS subiram mais de 80% desde antes da fusão com o Credit Suisse, atingindo um ponto alto em janeiro, mas, desde então, tiveram um desempenho inferior ao de seus pares, já que os investidores venderam suas ações depois que o presidente-executivo Sergio Ermotti alertou sobre o impacto negativo das novas regras de capital suíças.
A integração dos negócios do Credit Suisse permaneceu no caminho certo, disse o UBS, acrescentando que havia conseguido mais US$ 0,9 bilhão em economia de custos brutos, levando as reduções de custos acumuladas a US$ 8,4 bilhões, atingindo 65% dos cortes almejados de US$ 13 bilhões.
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