A Tools for Humanity, startup por trás da World ID, anunciou nessa quarta-feira (30/04) parcerias para popularizar sua tecnologia de escaneamento de íris. A empresa fechou acordos com a Match Group, dona do Tinder, e com a Visa, que será responsável pela emissão do World Card. O cartão será vinculado à identidade digital da plataforma e estará disponível ainda em 2025.
A empresa também terá integrações com a Kalshi, uma startup de mercado de previsões financeiras, a Stripe, que permitirá pagamentos online, e Morpho, uma plataforma de empréstimos descentralizados de criptomoedas.
Tinder com verificação humana
Segundo o comunicado oficial da World, a parceria com o Tinder vai ajudar no combate a fraudes e perfis falsos, que têm se tornado um problema em plataformas de namoro. Os usuários do Tinder que já tiverem sua íris escaneada pela World ID poderão vincular a identidade digital ao aplicativo e obter um selo azul de verificação.
Essa verificação servirá para garantir que os perfis no Tinder sejam de pessoas reais e não bots. A Match Group iniciará os testes da tecnologia no Japão com usuários que já tiveram a íris escaneada pela World ID.
Cartão para criptomoedas
Já a Visa se uniu à World para o lançar o World Card, um cartão de pagamentos vinculado à identidade digital da plataforma.
O cartão permitirá que os usuários façam transações com criptomoedas, convertendo-as automaticamente em moedas fiduciárias — isto é, em “dinheiro tradicional”, que usamos no dia a dia —, e está previsto para ser lançado nos Estados Unidos no final de 2025.
A World diz que o cartão trará recompensas relacionadas a “assinaturas e serviços de IA”, mas não divulgou mais detalhes sobre os serviços específicos envolvidos.
No Brasil, coleta de íris segue suspensa
Apesar da expansão do serviço, a World ID segue suspensa no Brasil. Em fevereiro, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibiu a Tools for Humanity de coletar a íris de pessoas no Brasil. Em comunicado, a ANPD destacou que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige que o consentimento para o tratamento de dados sensíveis, como a íris, precisa ser livre e espontâneo.
A organização recorreu, teve o recurso negado e decidiu suspender a coleta de íris no país. Na época, a empresa anunciou que manteria seus pontos físicos na cidade de São Paulo para fornecer informações ao público sobre a tecnologia.
A TFH pagava o equivalente a R$ 600 para cada pessoa no Brasil que topasse fazer o escaneamento de sua íris. A operação de coleta teve início em novembro de 2024.
A World foi fundada em 2019 pela Tools for Humanity, com sede em São Francisco e Berlim, para fornecer infraestrutura de identidade digital. A World ID é um serviço oferecido pela plataforma, que permite criar identidades digitais através do escaneamento de íris.
Com informações do TechCrunch
World ID: startup que coletou íris no Brasil anuncia parceria com Tinder e Visa
