
Um relatório médico entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontou que o sistema prisional de Alagoas tem condições de manter o tratamento de saúde do ex-presidente Fernando Collor de Mello, de 75 anos, preso desde a última sexta-feira (25) no Presídio Baldomero Cavalcanti de Oliveira, em Maceió.
No entanto, o documento também alerta para a necessidade de atenção especial devido à idade avançada do político e ao risco de agravamento de seu quadro psiquiátrico. O laudo, assinado pela médica Kênia Andrade, foi encaminhado ao STF na noite de segunda-feira (28).
A profissional atendeu Collor assim que ele chegou à unidade prisional. Durante a avaliação inicial, foram verificados os sinais vitais do ex-presidente, como pressão arterial, saturação de oxigênio e frequência cardíaca, sem alterações detectadas no momento da prisão.
Collor relatou à médica o uso diário de oito medicamentos, sendo quatro antidepressivos. Ele também faz tratamento para a doença de Parkinson, úlceras gástricas e controle do colesterol. Além disso, informou que utiliza um aparelho CPAP durante o sono, equipamento comum para tratar apneia do sono e outros distúrbios respiratórios noturnos.
“Tais condições referidas pelo paciente são passíveis de tratamento e acompanhamento dentro do Sistema Prisional Alagoano, contanto que observadas as suas particularidades quanto à idade avançada e às possíveis pioras em seu quadro por seu relato de distúrbio psiquiátrico”, escreveu a médica no relatório.

Apesar disso, a defesa do ex-presidente solicitou ao Supremo que Collor cumpra sua pena de oito anos e dez meses em regime de prisão domiciliar, alegando que ele enfrenta problemas graves de saúde, como Parkinson, apneia do sono grave e Transtorno Afetivo Bipolar.
Na audiência de custódia, Collor havia negado sofrer de doenças ou utilizar medicamentos de uso contínuo. A defesa, no entanto, incluiu novos laudos médicos ao processo para reforçar o pedido de regime domiciliar, sob o argumento de que o político necessita de cuidados especiais.
Nesta terça-feira (29), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, solicitou à defesa mais informações sobre a saúde do ex-presidente.
O magistrado determinou o envio, no prazo de 48 horas, de todos os exames realizados por Collor, incluindo exames de imagem, e cobrou esclarecimentos sobre a ausência de registros médicos entre os anos de 2019 e 2022 relacionados ao tratamento da doença de Parkinson.
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