
A Apple divulgou um comunicado para vários clientes, moradores de mais de 100 países, revelando que eles foram alvos de ataques com spyware em seus iPhones. Uma das primeiras pessoas a falar sobre o caso foi o jornalista italiano Ciro Pellegrino, que é uma das vítimas do ataque. O e-mail foi enviado para Pellegrino no dia 29 de abril, mas apenas três vítimas (Pellegrino e as jornalistas neerlandesas Eva Vlaardingerbroek e Raisa Blommestijn) se pronunciaram sobre o caso.
O e-mail enviado pela Apple integra a mais nova leva de avisos que a empresa publica para alvos de espionagem. Francesco Cancellato, editor do jornal italiano Fanpage, onde Pellegrino trabalha, foi comunicado pela big tech em janeiro. No caso dos jornalistas italianos, a maioria das vítimas são críticos do governo de Giorgia Meloni.
Qual é a origem do novo ataque aos iPhones?
No e-mail divulgado por Pellegrino, a Apple não aponta nenhuma origem do ataque. Contudo, ela informa que o usuário foi alvo de um spyware mercenário. A big tech usa o termo mercenário para se referir ao apps de espionagem como o Pegasus, desenvolvidos por empresas de segurança e licenciado para órgãos de segurança governamentais.

Spywares mercenários têm entre seus recursos a capacidade de ativar microfone e câmera. A polêmica sobre o uso desses spywares por órgãos governamentais é que eles podem ser usados contra opositores, não em prol da segurança nacional.
No Brasil, segundo investigação da Polícia Federal, o First Mile foi usado irregularmente pela Abin durante o governo Bolsonaro para espionar ministros do STF e opositores, como o então presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Pellegrino revela que o texto do e-mail enviado pela Apple informa que pessoas em 100 países foram avisadas sobre ataques similares. Como explica a big tech, esses ataques miram pessoas pelo que elas são (como um membro de minoria étnica) ou pelo que elas fazem (como um político de oposição) — ou combinação dos dois.
Uma suspeita é que essa nova leva de e-mails está ligada ao spyware Paragon. No início do ano, o WhatsApp informou que o programa, também de origem israelense, foi usado em uma campanha de espionagem contra usuários do aplicativo.
Com informações de Fanpage, The Record e Phone Arena
Apple alerta donos de iPhone em mais de 100 países