O que é epigenética e como pode influenciar sua vida amorosa

Muitas pessoas têm se perguntado por que os gêmeos idênticos ou monocigóticos, tendo o mesmo DNA, são tão diferentes, até mesmo sofrendo de doenças diferentes. Isso se deve basicamente à epigenética, que é responsável por herdar não apenas a cor dos olhos, mas também os traumas, que vão passando de geração em geração, podendo inclusive influenciar nos relacionamentos amorosos.

A Universidade de Barcelona, na Espanha, define epigenética como “marcas químicas que são adicionadas ao material genético e permitem sua correta atividade”, enquanto o centro Episalud, no México, amplia e acrescenta que se refere a como as situações vividas podem deixar uma marca no DNA, mas sem alterar a sequência. Não se trata de uma mutação, mas sim de marcas que determinarão a forma como os genes se manifestarão.

A ciência determinou que a qualidade dos relacionamentos amorosos deixa uma marca e, é claro, que isso pode ser transmitido para os filhos, netos e outros parentes. “Um forte e saudável vínculo emocional pode gerar mudanças epigenéticas positivas que nos ajudem a manter um relacionamento amoroso bem-sucedido”, afirma Episalud. Portanto, é muito provável que as próximas gerações tenham mais chances de escolher bons parceiros.

O mesmo portal afirma que a atração, assim como a compatibilidade com os parceiros que escolhemos, podem ser influenciadas pela epigenética, por isso é importante ver o que havia no passado de nossos ancestrais, já que a forma como se comunicavam ou resolviam conflitos também pode ser transmitida.

“O estresse crônico pode causar mudanças epigenéticas negativas que afetam a expressão de nossos genes. Essas mudanças podem influenciar a personalidade, emoções e capacidade de estabelecer vínculos emocionais com nosso parceiro, o que pode afetar a qualidade de nossos relacionamentos amorosos”, explicam os especialistas.

A pesquisa mostrou que certas características e comportamentos podem ser herdados através da epigenética. Em seu livro ‘Epigenética no mundo real’ (2011), o Dr. Randy Jirtle e o Dr. Robert A. Waterland exploram como as mudanças epigenéticas podem ser transmitidas para a descendência e afetar seu desenvolvimento e comportamento, o que poderia ter implicações na escolha de parceiros.

De acordo com Moshe Szyf e Michael J. Meaney em seu artigo ‘Epigenética, estresse precoce e vulnerabilidade ao transtorno psiquiátrico’ (2013), os fatores epigenéticos podem influenciar a atração e a compatibilidade entre parceiros. Mudanças na expressão gênica relacionadas ao estresse precoce, por exemplo, podem afetar a maneira como as pessoas percebem e se sentem atraídas por outras.

Embora a pesquisa sobre a influência da epigenética na seleção de parceiros ainda esteja em estágios iniciais, há evidências que sugerem que as mudanças epigenéticas podem desempenhar um papel importante nas preferências de parceiros e na forma como nos relacionamos com os outros.

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