Estudo revela que pela primeira vez uma possível causa genética do Alzheimer afeta 15% dos pacientes

Identificada pela primeira vez uma forma genética de Alzheimer tardio em pessoas que herdam duas cópias de um gene que tem sido motivo de preocupação. Os cientistas sabem há muito tempo que um gene chamado APOE4 é um dos muitos fatores que podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer, além do simples fato de envelhecer.

A vasta maioria dos casos de Alzheimer ocorre após os 65 anos. No entanto, um novo estudo sugere que para pessoas que possuem não apenas uma, mas duas cópias do gene, este é mais do que um fator de risco, é uma causa subjacente da doença que afeta a mente.

Novo estudo

Segundo o Dr. Juan Fortea, que liderou o estudo no Instituto de Investigação Sant Pau de Barcelona (Espanha), trata-se de uma distinção com “profundas implicações”. Ele acrescenta que os sintomas podem começar entre sete e 10 anos antes do que em outros idosos que desenvolvem Alzheimer.

Calcula-se que 15% dos pacientes com Alzheimer são portadores de duas cópias de APOE4, o que significa que esses casos “podem ser rastreados até uma causa genética”, comentou Fortea. Até agora, pensava-se que as formas genéticas do Alzheimer eram apenas tipos que se manifestavam em idades muito mais jovens e representavam menos de 1% de todos os casos.

O que dizem os cientistas?

Os cientistas afirmam que a pesquisa torna fundamental o desenvolvimento de tratamentos direcionados ao gene APOE4. Segundo a Dra. Reisa Sperling, coautora do estudo no Hospital Brigham and Women’s de Boston, afiliado à Harvard, alguns médicos não oferecem o único medicamento que demonstrou retardar moderadamente a doença, o Leqembi, para pessoas com esse par de genes porque são especialmente propensas a sofrer um efeito colateral perigoso.

Sperling procura maneiras de prevenir ou, pelo menos, atrasar o Alzheimer e “esses dados me dizem, uau, que grupo tão importante para poder alcançá-los antes que se tornem sintomáticos”.

Mas a notícia não significa que as pessoas devam correr para fazer um teste genético. “É importante não assustar todos aqueles que têm histórico familiar de Alzheimer”, porque esse par de genes não está por trás da maioria dos casos, disse à Associated Press.

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