
O investidor que pensa em adicionar ativos à carteira antes de uma possível nova queda da taxa básica de juros precisa correr. Na próxima semana, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central se reúne mais uma vez para definir o caminho da Selic, e o mercado está precificando um novo corte de 0,5 ponto percentual. Desse modo, a taxa cairia dos atuais 11,25% para 10,75%.
Diante disso, casas como XP, Itaú BBA e Santander recomendam títulos públicos e de crédito privado para investir neste mês de março, desde papéis mais conservadores, como o Tesouro Selic, aos de maior risco associado, com as debêntures.
Títulos públicos
O Santander destaca, em relatório, que o sentimento de cautela permanece no cenário internacional enquanto investidores ainda têm incertezas sobre o ciclo de corte de juros nos Estados Unidos. No cenário local, “a conjuntura segue evoluindo de forma construtiva”.
O banco indica o Tesouro IPCA+ 2035 com juros semestrais para investir em março. “Se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco, podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado deles”, justifica o Santander. A marcação a mercado é a precificação diária dos ativos de renda fixa, que ajuda a entender a valorização de um papel no mercado secundário.
Na XP, uma das recomendações é o Tesouro Prefixado 2029, papel que está disponível apenas no mercado secundário. A casa lembra que “esses ativos são recomendados para quem busca previsibilidade, independentemente da expectativa para os juros no futuro”.
O Itaú BBA fez mudanças na sua Carteira Tesouro Direto, mas destacou que elas vieram apenas em resposta às alterações nos vencimentos promovidas pelo Tesouro no fim de fevereiro.
Confira os títulos públicos recomendados para março:
Ativo | Rentabilidade anual | Recomendação |
Tesouro IPCA+ 2035 com juros semestrais | IPCA + 5,65% | Santander |
Tesouro IPCA+ 2030 com juros semestrais | IPCA + 5,54% | XP |
Tesouro IPCA+ 2045 | IPCA + 5,78% | Itaú BBA |
Tesouro Selic 2027 | SELIC + 0,1741% | XP e Itaú BBA |
Tesouro Prefixado 2027 | 9,96% | Itaú BBA |
Tesouro Prefixado 2029 | 10,41% | XP |
Crédito privado
Títulos incentivados e atrelados à inflação dominam as recomendações de março no crédito privado. Há, porém, alguns ativos ligados ao CDI e prefixados na lista de indicações de XP e BTG Pactual.
As duas casas recomendam debêntures da Origem Energia. A XP escolheu um título prefixado, enquanto o BTG preferiu um papel atrelado ao IPCA. Em relatório, o BTG justifica a indicação destacando a expansão recente da empresa, competitividade de preços, contratos de longo prazo de produção e fornecimento de gás para distribuidoras e reservas da empresa.
Um dos destaques nas recomendações da XP é um CRA (Certificado de Recebível do Agronegócio) do Atacadão. O papel aparece na carteira de crédito privado e de renda fixa, em geral, em março. Bons indicadores financeiros, grande escala do negócio e aquisição do Grupo BIG em 2022 são destaques da XP ao indicar o papel da companhia.
Confira os títulos de renda fixa privada recomendados para março:
Ativo | Emissor | Rentabilidade anual | Vencimento | Recomendação |
CRA 02300W3Q | Atacadão | IPCA + 5,90% | jan./31 | XP |
Debênture ENGIB9 | Energisa | IPCA + 6,00 | set/33 | XP |
Debênture TRPLB4 | ISA CTEEP | IPCA + 6,01% | out/38 | XP |
CRI 23J0138431 | Oncoclínicas | 11,60% | out./30 | XP |
CRA 02300VBT | Unidas | CDI + 1,30% | dez/28 | XP |
Debênture ORIG21 | Origem Energia | 12,80% | dez/35 | XP |
Debênture ORIG11 | Origem Energia | IPCA + 7,97% | dez/35 | BTG Pactual |
Debênture CGOS24 | CGOS24 | IPCA + 6,44% | out/31 | BTG Pactual |
Debênture CBAN12 | Rota das Bandeiras | IPCA+ 6,46% | jul/34 | BTG Pactual |
Debênture HVSP11 | Hélio Vargas Solar | IPCA + 6,80% | jun/38 | BTG Pactual |
Debênture MSGT33 | Mata de Santa Genebra Transmissão | IPCA + 6,38% | nov/41 | BTG Pactual |
Debênture IRJS14 | Iguá Rio de Janeiro | IPCA+ 7,44% | mai/43 | BTG Pactual |
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