Hospital de Curitiba atende mais de 430 crianças vítimas de abuso sexual em 2023

Em 2023, um hospital de Curitiba atendeu 435 crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. A jovem era um bebê de apenas 4 meses de vida.

O levantamento do Hospital Pequeno Príncipe indica que 745 crianças e adolescentes precisaram de atendimento em decorrência de maus-tratos. Do total, 412 tinham até 4 anos.

O abuso sexual lidera o ranking. Um panorama mostra que o número de atendimentos de 2013 a 2023 dobrou, sendo a violência sexual historicamente predominante ao longo dos anos.

De acordo com a pesquisa, 73% das agressões foram por um familiar. “O que nós temos observado historicamente nos nossos atendimentos, e também na literatura, é que a violência tem sido perpetrada por pessoas conhecidas da vítima. Usualmente são familiares próximos, que, na maioria dos casos, mantêm algum vínculo afetivo com aquela criança ou adolescente”, diz a psicóloga Daniela Prestes.

Casos de abuso sexual em crianças

O Dia Nacional de Enfrentamento à Violência Contra Crianças e Adolescentes ocorre em 18 de maio. O hospital indicou, por meio da Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças, os graves indicadores de atendimento da instituição. Os dados apontam que, a cada ano, mais crianças têm seus direitos violados.

Também em 2023, o hospital atendeu 525 bebês e crianças com algum indício de violência. A maioria, 331, chegou por suspeita de violência sexual, sendo que 24% das situações aconteceram com crianças na faixa de 3 anos de idade.

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Cerca de 76% das crianças com até 6 anos sofreram agressões de um familiar. Considerando que elas ficam muito tempo em casa, a denúncia (que pode ser anônima) por parte de vizinhos, familiares e conhecidos pode ser a única chance para conseguirem socorro. Os canais de denúncia são: Disque 100 (nacional), Disque 181 (Paraná) e Disque 156 (Curitiba).

Sinais de que a criança sofre violências e abusos

Os sinais de que uma criança está passando por situação de violência são diversos, tanto com sintomas físicos como psicológicos. Pode ser desde fraturas, hematomas, queimaduras, queda de cabelo, emagrecimento e lesões físicas. Além disso, pode ser ansiedade, medo, palavras de autorrecriminação, baixa autoestima e isolamento.

Ela explica também que, nas situações de abuso sexual, a criança ou adolescente pode em algum momento rumar para a pornografia ou então para um quadro relativo à sua sexualidade, como repulsa às relações sexuais de forma geral. E, em decorrência desse ou dos outros tipos de violência, podem aparecer as situações de autolesão e ideação suicida e de tentativas de suicídio.

Sinais de alerta:

  • Mudança brusca de comportamento;
  • Excesso ou falta de apetite;
  • Agressividade (reprodução das agressões);
  • Choro incessante durante diversos momentos do dia ou da noite;
  • Recusa ou dificuldade para dormir;
  • Gritos acompanhados de barulhos como batidas;
  • Voltar a evacuar nas roupas (após fase de desfralde – inclusive na adolescência);
  • Autolesões;
  • Desinteresse por coisas de que antes gostava;
  • Retração, mutismo;
  • Queda no rendimento escolar.

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