Medidas ultraliberais de Milei levam argentinos a procurar comida nos lixos

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Argentino procura comida no lixo do Mercado Central de Buenos Aires. Foto:Matias Baglietto/ Reuters

Uma vendedora de frutas e legumes em Buenos Aires está testemunhando uma tendência alarmante à medida que a inflação na Argentina ultrapassa os 250%: suas vendas estão diminuindo e mais pessoas estão revirando o lixo que ela descarta, na esperança de encontrar algo suficiente para uma refeição. Com informações da CNN.

O país está enfrentando sua pior crise econômica em décadas, com o novo governo do presidente Javier Milei tentando conter a inflação de três dígitos por meio de medidas de austeridade rigorosas. Embora essas medidas estejam ajudando a equilibrar as finanças do Estado, também estão colocando uma pressão adicional sobre os cidadãos.

Um estudo recente revelou que a taxa de pobreza na Argentina está se aproximando de 60%, em comparação com os 40% do ano anterior, o que está colocando pressão sobre os planos de reforma e os cortes de gastos de Milei para mostrar resultados rápidos. Isso acontece enquanto a insatisfação cresce em todo o país e as pessoas lutam para sobreviver.

“Temos alguns contêineres nos fundos onde o lixo é descartado e, quando você vai com uma caixa, vê 20 pessoas vindo até você para ver o que podem levar como prato de comida para a mesa delas”, disse a comerciante, observando que isso já ocorria antes, mas agora é muito mais comum.

“A verdade é que é algo muito difícil, muito triste, porque há muitas pessoas e muitas pessoas idosas.”

Milei implementou medidas ultraliberais para combater a crise econômica do paíos, incluindo cortes nos gastos do governo, como subsídios para serviços públicos e transporte, enquanto tenta simplificar os programas de assistência social.

A desvalorização do peso em mais de 50% em dezembro pelo seu governo aumentou ainda mais a inflação. Os preços, mesmo em dólares, continuam subindo, afetando os argentinos de todas as classes sociais.

“A situação é muito grave”, acrescentou a feirante. “As pessoas estão levando menos quantias, suas carteiras estão realmente sofrendo.”

O governo deve divulgar os dados de inflação de fevereiro ainda nesta terça-feira (12), com estimativas indicando um aumento mensal de cerca de 15,3%, abaixo dos 20% de janeiro e dos 25% do mês anterior.

Apesar disso, Milei alertou que março pode ser um período “complicado”, com sinais ainda mais sombrios na economia, incluindo queda nas vendas, atividade e produção, enquanto as medidas de arrocho impactam as pensões, salários do setor público e investimentos.

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