Chanceler chinês diz que Brasil é prioridade na diplomacia de seu país

Celso Amorim e Wang Yi, diplomatas de Brasil e China. Foto: reprodução

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, reafirmou a importância do Brasil nas prioridades diplomáticas chinesas e destacou o desejo de Pequim em fortalecer a cooperação estratégica entre os dois países. As declarações foram feitas durante um encontro com Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Na reunião em Pequim, segundo a Reuters, Yi afirmou que a China está disposta a fortalecer a cooperação estratégica com o Brasil e melhorar o posicionamento das relações bilaterais entre os dois países.

Os diplomatas de Lula e Xi Jinping também chegaram a um entendimento comum sobre a necessidade de uma solução política para a crise na Ucrânia. Ambos os governos apoiam a desescalada do conflito no campo de batalha, sugerindo um processo diplomático e a realização de uma conferência de paz com a participação da Rússia e da Ucrânia.

O encontro ocorreu poucos dias após uma reunião entre os presidentes Xi Jinping e Vladimir Putin, na China, e reafirma a posição de Brasília de que Pequim é um interlocutor crucial capaz de influenciar o Kremlin.

Os presidentes da China e no Brasil, Xi Jinping e Lula. Foto: reprodução

Brasil e China concordam em diversas frentes para promover a paz na Ucrânia, conforme detalhado em nota conjunta:

  1. Desescalada do Conflito:
    “Os dois lados pedem a todas as partes relevantes que observem três princípios para a redução da situação: nenhuma expansão do campo de batalha, nenhuma escalada dos combates e nenhuma provocação de qualquer parte”.
  2. Conferência de Paz com Russos e Ucranianos:
    “Os dois lados acreditam que o diálogo e a negociação são a única solução viável para a crise na Ucrânia. Todas as partes devem criar condições para a retomada do diálogo direto e pressionar pela redução da escalada da situação até a realização de um cessar-fogo abrangente”.
  3. Troca de Prisioneiros:
    “São necessários esforços para aumentar a assistência humanitária e evitar uma crise humanitária em maior escala. Os civis, incluindo mulheres e crianças, e os prisioneiros de guerra devem ser protegidos. Os dois lados apoiam a troca de prisioneiros de guerra entre as partes do conflito”.
  4. Rejeição ao Uso de Armas Nucleares:
    “O uso de armas de destruição em massa, especialmente armas nucleares e químicas, deve ser combatido. Todos os esforços possíveis devem ser feitos para impedir a proliferação nuclear e evitar crises nucleares”.
  5. Evitar a Divisão do Mundo em Blocos:
    “A divisão do mundo em grupos políticos ou econômicos isolados deve ser combatida. Os dois lados pedem esforços para aumentar a cooperação internacional em energia, moeda, finanças, comércio, segurança alimentar e segurança de infraestrutura crítica”.

A aproximação entre Brasil e China ocorre em um momento crítico da guerra na Ucrânia, com os russos avançando e uma crescente fadiga no Ocidente quanto à ajuda para a Ucrânia. O governo brasileiro, em um movimento estratégico, recusou-se a participar da cúpula sobre a Ucrânia na Suíça, temendo que o evento servisse apenas para endossar o plano de paz de Volodymyr Zelensky, que exige a retirada completa das tropas russas.

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