Mostra de cineastas indígenas estreia no Itaú Cultural Play

A partir desta sexta-feira, 24 de maio de 2024, a mostra “Sob o Olhar Delas” entra em cena propondo visibilizar a produção de cineastas indígenas

Na sexta-feira, dia 24 de maio, entra no catálogo da plataforma gratuita do Itaú Cultural, que é dedicada ao cinema brasileiro, a mostra “Sob o olhar delas: novas perspectivas do cinema indígena”. A iniciativa tem a curadoria da Katahirine – Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas, coletivo que busca fortalecer e visibilizar a produção destas cineastas. No caso, tanto do Brasil quanto dos demais países da América Latina.

Katahirine é uma palavra da etnia Manchineri, e significa constelação. Assim como o nome sugere, o coletivo representa a pluralidade, conexão e a união de mulheres diversas que se apoiam e, desse modo, promovem diretoras indígenas no audiovisual brasileiro. Em “Horizonte Colorido”, de Graciela Guarani, Tiniá é uma jovem artista indígena, filha de pais das etnias Guarani e Pankararu. Admiradora das cores, costuma pintar paisagens da natureza, mitos e personagens da cultura dela. A partir dos quadros dela, bem como do cotidiano em uma aldeia do Mato Grosso do Sul, o filme captura a riqueza deste universo artístico, pleno de imagens ancestrais.

Outros filmes

Para o povo indígena Guarani M’bya, o milho é um alimento sagrado e admirado pelos espíritos, que o guardam em suas moradas. Assim, em “Aguyjevete, avaxi’i”, a diretora Kerexu Martim, inspirada pela relação entre o sagrado e o mundo terreno, retrata o plantio e a colheita da planta na Aldeia Kalipety. Trata-se de um território de indígenas localizado em São Paulo. Premiado na Mostra de Cinema de Tiradentes, o filme também participou da mostra Competitiva Brasileira de curtas do É Tudo Verdade.

Com direção coletiva, “Singyat – Pescaria do Timbó” mostra adultos e crianças do povo indígena Kaiabi na prática diurna de recolher galhos e troncos na floresta. À noite, eles saem para colocar as armadilhas feitas das madeiras, usadas para a pesca do timbó. Em uma narrativa conduzida por um grupo de indígenas Kaiabi, o filme registra este ritual coletivo, alegre e cheio de cuidados.

E mais

Viajando livremente entre o mundo mítico e a realidade cotidiana, a mostra também inclui “Ibirapema”, de Olinda Tupinambá. Nele, uma indígena da etnia percorre diferentes espaços e tempos – da mata ao asfalto, passando ainda por museus que guardam peças dos povos originários. Nessa travessia, essa personagem encantada interage com a arte ocidental do branco. Do mesmo modo, dialoga com a cidade de concreto e com as florestas domesticadas.

O Nixi pae é uma bebida sagrada usada pelo povo indígena Huni Kuin em seus rituais xamânicos. Durante certo tempo, seus poderes medicinais foram consagrados unicamente aos homens. Mas essa hegemonia foi derrubada desde que as mulheres indígenas Huni Kuin reivindicaram o direito de celebrá-lo. O longa “Rami Rami Kirani”, de Lira Mawapai Huni Kuin e Luciana Txirá Huni Kuin, registra, a partir da perspectiva feminina, os preparativos dessa cerimônia.

A Batalha do Passinho

Na mesma data, o longa “A Batalha do Passinho” também passa a integrar o catálogo Itaú. Dirigido por Emílio Domingos, o filme esquadrinha o “passinho”, uma forma diferente de dançar funk. Surgido nas favelas cariocas, explodiu em 2008 e, desde então, vem mudando a cara da periferia do Rio de Janeiro.

Serviço

Mostra Sob o olhar delas: novas perspectivas do cinema indígena
Os filmes de cineastas indígenas, bem como todos os conteúdos da plataforma de cinema brasileiro do Itaú Cultural podem ser acessados gratuitamente no site. Do mesmo modo, por meio do aplicativo para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast. Também disponível nas smart TVs da LG e na Apple TV.

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