Sob protestos, deputados do PR aprovam a privatização de 204 escolas estaduais

Professores protestam na Assembleia Legislativa do Paraná contra a privatização das escolas. Foto: Eduardo Matsyak

Os deputados estaduais do Paraná aprovaram hoje a versão final do projeto de lei que privatiza a gestão de 204 escolas públicas do estado, apesar dos protestos dos manifestantes, que invadiram a Assembleia ontem à tarde.

A proposta foi aprovada por 38 votos a 13, em três sessões realizadas em menos de duas horas. O próximo passo é a sanção do governador Ratinho Jr. (PSD), autor do projeto.

O projeto começou a ser analisado na semana passada, em 27 de maio, e tramitou em regime de urgência. Nas sessões de hoje, apenas a oposição estava presente no plenário, enquanto os governistas participaram remotamente.

Deputados contrários ao projeto entraram hoje com um pedido no STF para impedir o avanço do programa. Para eles, o projeto é inconstitucional, pois não apresenta o impacto da medida sobre o orçamento do estado.

Manifestantes, incluindo estudantes e professores, forçaram a entrada na Alep ontem e foram recebidos com bombas de gás lacrimogêneo. A Casa não soube informar se houve feridos na confusão.

“Está garantido o processo democrático, só vai ser aprovado [o programa] se os alunos maiores de 18 anos, pais e professores quiserem. A parte pedagógica continua com o diretor, normal. Vamos tocar e vocês vão ver o ganho que as escolas vão ter.” — Deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder do governo.

“Qual deputado que está votando agora contra a educação teve que estudar na escola pública?” — Deputado estadual Renato Freitas (PT).

Deputados da oposição durante a votação do projeto que privatiza escolas públicas. Foto: Eduardo Matysiak

O programa “Parceiro da Escola” transfere a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas estaduais para empresas. Segundo o projeto de Ratinho Jr., o objetivo é “otimizar a gestão”, mantendo diretores, professores e funcionários das escolas.

A ideia é implementar o modelo em 200 escolas de cerca de 110 cidades, o equivalente a 10% da rede. O programa funciona desde o início do ano passado em esquema piloto.

“Projeto privatiza ensino público”, diz sindicato. A presidente do APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná), Walkiria Olegário Mazeto, avalia que o projeto é um “cheque em branco” ao governador Ratinho Jr., porque não estabelece critérios que deverão ser considerados para selecionar as escolas.

Professores da rede estadual entraram em greve na segunda-feira (3) contra a proposta. O sindicato argumenta que não houve debate com a sociedade.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link

Adicionar aos favoritos o Link permanente.