Right Place, Wrong Person, o álbum mais experimental na carreira de RM do BTS

Neste segundo capítulo dos sete membros da banda sul-coreana BTS, cada um dedicou tempo para lançar seus próprios projetos individuais para mostrar sua identidade pessoal. No caso de RM, seu primeiro trabalho solo de 2022 com Indigo, foi sem dúvida uma forma de se despedir e homenagear seus 20 anos. Um álbum bastante emocionalmente significativo, e musicalmente ele se manteve um pouco nas expectativas da essência do artista, mas surpreendendo com seus vocais em músicas como ‘Forg_tful’, pois ele se afasta um pouco de seu estilo de hip hop e rap. Algumas das colaborações que foram adicionadas na época foram com Anderson Paak e Erykah Badu, fortalecendo essa identidade musical que muitos esperavam ouvir.

Agora, dois anos após aquele primeiro álbum e dando as boas-vindas aos seus 30 anos, RM dá uma guinada completamente diferente em todos os aspectos possíveis. Musicalmente, sem dúvida é o mais experimental que ele conseguiu compor, já que na primeira parte do álbum com músicas como ‘Right Place, Wrong People’ (que dá nome ao álbum) e ‘Nuts’, ele dá um golpe sonoro diferente do que o artista havia feito em onze anos de carreira. Com ‘Out of love’ ele traz um ar daquele hip hop pesado e de rua, que era feito nos Estados Unidos no final dos anos 80 e início dos anos 90. Conforme o álbum avança, encontramos músicas como ‘Domodachi’, que em colaboração com a rapper Little Simz e a experimentação com o clarinete baixo presente e com alguns toques de rock, torna-se um dos singles mais ousados do álbum, uma música que pode ser controversa para muitos, mas bem realizada para outros. Com ‘Groin’ (e chegando quase à metade do álbum) está aquela experimental, mas mais urbana e com rap, que todos conhecem de RM.

‘Lost!’ é uma das músicas que, devido ao seu ritmo e batida mais animados, pode marcar uma divisão importante no álbum, seguida por ‘Around the world in a day’, uma música que refresca muito os ouvidos após as oito músicas anteriores. Musicalmente, é um álbum bastante bem-sucedido, demonstrando não apenas a capacidade de composição do artista, mas também sua habilidade e disposição para trazer diversos elementos que possam funcionar bem com sua ideia principal.

Foto: Hybe

Por outro lado, as letras e a mensagem de cada uma dessas músicas são o grito de liberdade que eu estava esperando há muito tempo, pois em uma sociedade conservadora como a sul-coreana e especialmente com figuras públicas, RM tem a liberdade de dizer (agora sim) ‘Esta é minha vida e faço o que quero, se você gosta, ótimo, se não, também’. Mas ao mesmo tempo mostrando essa vulnerabilidade humana, demonstrando que também chora, ama e sofre.

Sem dúvida, este álbum pode ser um aperitivo do que provavelmente será o futuro do grupo como um todo, depois que cada um de seus membros retornar do serviço militar e voltarem a fazer música juntos, mas entendendo as nuances, cores e particularidades dos sete membros.

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