Descoberta de novas joias “robustece” investigação contra Bolsonaro, diz chefe da PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos

A Polícia Federal (PF) está aprofundando as investigações sobre a venda de joias recebidas como presentes oficiais pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (11) que a descoberta de uma nova joia negociada por aliados de Bolsonaro nos Estados Unidos “robustece” as investigações em curso.

Segundo Rodrigues, em entrevista ao jornal O Globo, essa joia foi identificada durante buscas em lojas estadunidenses e não fazia parte do foco inicial da investigação. Em fevereiro deste ano, Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento na PF, mas optou por permanecer em silêncio.

Já em maio, um agente e um delegado da PF viajaram aos EUA em cooperação com o Federal Bureau of Investigation (FBI). Em cidades como Miami, Wilson Grove e Nova York, os policiais colheram depoimentos de comerciantes, acessaram imagens de câmeras de segurança e obtiveram documentos, incluindo movimentações financeiras dos investigados.

“Foi nessa diligência do exterior, com a equipe do FBI, que se teve notícia dessa nova joia negociada e que não estava no foco da investigação. Houve um encontro de um novo bem vendido no exterior e isso talvez tenha sido um dos fatores para atrasar a conclusão do inquérito. Esse encontro robustece a investigação que se iniciou desde a apreensão no aeroporto”, explicou Rodrigues.

Joias que Bolsonaro vendeu nos EUA. Foto: reprodução

O delegado Ricardo Andrade Saadi, diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção (Dicor), destacou que a identificação dessa nova joia vendida pode agravar a pena dos envolvidos, caso sejam condenados. As investigações abrangem crimes como peculato e organização criminosa. Segundo a PF, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar pelo menos quatro itens de luxo, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein.

O inquérito da PF revela a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-presidente, atuando para desviar joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele como representante do Estado brasileiro.

Entre os presentes negociados estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, vendidos para a empresa Precision Watches por US$ 68 mil, equivalentes a R$ 346.983,60 na cotação da época. Nesse caso, o ex-ajudante de ordens da presidência, Mauro Cid, esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender a peça. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do oficial.

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