O fim dos ‘sete minutos de terror’: a promessa do Starlink de Elon Musk a caminho de Marte

Para lançar um veículo para o espaço, existem inúmeros desafios que a engenharia e os profissionais da área têm sido capazes de resolver ao longo dos anos. Um exemplo disso é o fenômeno conhecido como “apagões de rádio”, que ocorre quando uma nave espacial reentra na atmosfera terrestre e, ao ter que se deslocar a altas velocidades, comprime o ar ao seu redor, gerando uma camada de plasma ionizado. Esse plasma atua como uma barreira, impedindo temporariamente a comunicação entre a nave e a base na Terra.

Normalmente, esses apagões duram apenas alguns minutos, embora possam durar mais de uma hora, dependendo de fatores como a trajetória de reentrada e a velocidade da nave. A solução aparentemente já existe e é fornecida pelo Starlink de Elon Musk.

SpaceX via AP

O fim dos apagões graças ao Starlink

Starlink, a constelação de satélites da SpaceX que orbitam a Terra em baixa altitude, é uma revolução por si só. Esta empresa tem como objetivo fornecer internet de alta velocidade em nível global, especialmente em áreas remotas.

E, curiosamente, um de seus feitos foi permitir transmissões ao vivo durante a reentrada das espaçonaves, um avanço que elimina as históricas perdas de sinal de rádio. Na verdade, este marco é recente e foi confirmado com a transmissão contínua da reentrada do quarto voo de teste da nave Starship, que foi transmitido ao vivo desde o início da entrada na atmosfera até o seu pouso no Oceano Índico.

Também conhecidos como “blackouts”, esses desligamentos haviam caracterizado os processos de reentrada na Terra até o momento, incluindo missões mais avançadas como o Gemini e o Apolo, que também experimentaram desligamentos que duraram vários minutos.

Segundo informações divulgadas, a contribuição da Starlink para acabar com as interrupções de rádio reside na sua capacidade de superar esse desafio utilizando antenas protegidas com material cerâmico semelhante ao escudo térmico da nave. Estas antenas permitem que os sinais de rádio atravessem a barreira de plasma, facilitando assim a transmissão de vídeo em alta definição em tempo real através da sua rede de 6 mil satélites.

Assim, a tecnologia Starlink será fundamental para melhorar as comunicações de reentrada na Terra, mas também pode ser crucial para futuras missões a Marte, um planeta com uma atmosfera muito mais fina, tornando o processo de entrada, descida e aterragem das naves muito mais complicado, conhecido como os “sete minutos de terror”.

De acordo com os meios especializados, atualmente, a SpaceX e a NASA estão avaliando a possibilidade de estabelecer uma rede semelhante ao Starlink ao redor de Marte para melhorar as comunicações e potencialmente transformar esses sete minutos em uma transmissão contínua de vídeo de alta qualidade.

Em paralelo, a adoção de comunicações a laser, que permitem enviar dados a grandes distâncias com alta velocidade e precisão, está ganhando terreno. Um exemplo disso é a sonda Psyche da NASA, equipada com um transceptor a laser, que demonstrou a viabilidade dessa tecnologia ao enviar vídeos em alta definição e dados telemétricos a 226 milhões de quilômetros da Terra.

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