Idosos mexicanos trocam asilos por moradias comunitárias em busca de qualidade de vida

No México, um número crescente de idosos está optando por projetos de moradia comunitária em vez de asilos tradicionais.

Conforme publicado pelo O Globo, essa nova abordagem busca proporcionar um ambiente mais acolhedor, onde os moradores possam escolher como viver, com quem compartilhar o espaço e de que forma gerenciar seus recursos.

Um exemplo desse modelo é “La Guancha”, localizado em Malinalco, onde um grupo de pessoas mais velhas decidiu construir suas próprias casas em um terreno cercado pela natureza, a cerca de 100 quilômetros da Cidade do México.

Tesha Martínez, uma professora aposentada, e seu marido, Francisco Vigil, são alguns dos pioneiros desse projeto, que começou em 2009 como uma iniciativa acadêmica para melhorar a qualidade de vida na terceira idade.

O casal, com outros moradores, ergueu as primeiras casas usando materiais sustentáveis, como palha e barro, e investiu em sistemas ecológicos, como aquecedores solares e captação de água da chuva. A ideia é criar um espaço que ofereça segurança, conforto e, ao mesmo tempo, promova a convivência social.

A convivência como alternativa aos asilos

Diferente das casas de repouso convencionais, esses projetos permitem que os moradores tomem decisões coletivas sobre suas vidas.

Margarita Maass, doutora em ciências sociais e idealizadora do projeto, explica que essa forma de moradia colaborativa, conhecida como “cohousing”, se diferencia porque o grupo decide os detalhes, desde a localização até o tipo de estrutura desejada.

Ela destaca ainda que essa alternativa é ideal para aqueles que desejam compartilhar despesas, cuidados médicos e momentos de lazer, minimizando a solidão e aumentando a qualidade de vida.

Mas também menciona que a iniciativa surgiu de experiências pessoais e acadêmicas. A moradia colaborativa oferece não só uma solução prática para problemas financeiros, mas também uma resposta emocional para o envelhecimento.

Para ela, o conceito de “coabitação” se mostrou especialmente eficaz para aqueles que enfrentam doenças, pois há sempre alguém por perto para oferecer apoio.

O modelo de moradia comunitária tem ganhado popularidade em vários países, e agora começa a se consolidar no México, onde o envelhecimento populacional avança rapidamente.

Projetos como “La Guancha” representam uma forma inovadora de viver a terceira idade, promovendo autonomia e interações sociais significativas.

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