Como Israel vendeu pagers que explodiram para o Hezbollah

Pagers foram detonados no Líbano na última terça (17) e deixaram 12 mortos, incluindo 8 membros do Hezbollah. Foto: Reprodução

Nesta semana, dois ataques deixaram 37 mortos e milhares de feridos no Líbano. Dispositivos de comunicação do grupo armado Hezbollah foram detonados entre terça (17) e esta quarta (18). As ações coordenadas foram promovidas por Israel, que tem investido em tecnologias sofisticadas nos últimos anos para lidar com adversários.

No Líbano, líderes do Hezbollah decidiram substituir tecnologias mais recentes por suspeitar que o governo israelense conseguia usar as redes de celular para encontrar a localização de seus agentes. Por isso, foi adotado o uso de pagers e walkie-talkies.

Funcionários da inteligência israelense então decidiram estabelecer uma empresa de fachada que se passaria por uma fabricante internacional dos aparelhos. Segundo o jornal americano New York Times, a B.A.C. Consulting, com sede na Hungria, tinha contrato para produzir os dispositivos em nome de uma companhia taiwanesa, a Gold Apollo.

A empresa da Hungria, na verdade, faz parte de uma frente israelense, de acordo com agentes do serviço secreto israelense. Além dela, existem ao menos outras duas criadas para mascarar o verdadeiro fabricante dos dispositivos: funcionários de inteligência.

A B.A.C. produziu pagers comuns para outros clientes, mas inseriu explosivos nos aparelhos vendidos ao Hezbollah. Os primeiros objetos começaram a ser enviados ao Líbano em 2022 e a produção aumentou rapidamente após o grupo armado parar de usar telefones celulares.

Membros do Hezbollah durante funeral de vítimas das explosões de pagers e walkie-talkies. Foto: Anwar Amro/AFP

Esses explosivos poderiam ser acionados a qualquer momento pela inteligência de Israel. Foi por meio desta ferramenta que 12 morreram na última terça após a detonação dos pagers, incluindo oito membros do Hezbollah e duas crianças.

Na quarta, walkie-talkies explodiram e deixaram 25 mortos, sendo 20 deles integrantes do grupo. No total, 3,5 mil pessoas ficaram feridas, incluindo civis, com as duas ações.

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