Nunes vira antivacina, muda discurso e “bolsonarização” preocupa aliados

Prefeito Ricardo Nunes (MDB). Foto: Reprodução

O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), mudou o discurso e a bolsonarização vista nesta semana deixou aliados preocupados. Integrantes de partidos como MDB, PSD e PSDB lamentaram as declarações do emedebista a podcasts bolsonaristas. Com informações da repórter Carolina Linheiras, da Folha.

Recentemente, Nunes defendeu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a anistia para presos dos atos golpistas de 8 de janeiro e afirmou ter se arrependido por ter defendido a obrigatoriedade da vacina e o fechamento do comércio durante a pandemia de Covid-19.

O entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma que as declarações do prefeito foram um acerto, alegando que o posicionamento foi estratégico para disputar votos com o influenciador Pablo Marçal (PRTB).

Líderes de partidos de centro e de centro-direita, no entanto, avaliam que o movimento de Nunes foi desnecessário, já que Marçal cai nas pesquisas e o segundo turno tende a ser disputado entre Nunes e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

O argumento é que, em uma disputa entre Nunes e Boulos, os eleitores de direita votariam no emedebista de qualquer maneira. Portanto, essas declarações não trazem benefícios eleitorais e podem comprometer a imagem pessoal de Nunes.

Ricardo Nunes (MDB) durante ato bolsonarista em 7 de setembro na Avenida Paulista, São Paulo. Foto: Reprodução

Nunes deu entrevistas ao blogueiro Paulo Figueiredo (neto do ex-presidente João Figueiredo, último presidente da ditadura militar brasileira), na última segunda-feira (16), e ao podcast Te Atualizei, nesta quarta-feira (18).

“Em se confirmando o que a matéria [da Folha de S. Paulo] trouxe, que é gravíssima, obviamente tem que se abrir o processo, indiscutivelmente”, disse o prefeito sobre uma reportagem que revelou que Moraes usou mensagens, de forma não oficial, para ordenar que a Justiça Eleitoral produzisse relatórios que embasassem decisões no inquérito das fake news no STF.

Sobre o 8 de janeiro, o emedebista comparou a pena dada aos invasores com uma manifestação de 2015, quando membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam uma sede do Ministério da Fazenda, em São Paulo — retórica frequentemente utilizada por bolsonaristas.

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