Até 12,43%: por que taxas de CDBs prefixados sobem enquanto pós-fixados pagam menos?

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As taxas dos CDBs pós-fixados e prefixados fizeram movimentos opostos nas últimas semanas. Os papéis mais curtos atrelados ao CDI passaram a remunerar menos os investidores, enquanto as taxas de prefixados subiram para 11,65% ao ano em 12 meses. 

Vinicius Romano, especialista de renda fixa na Suno Research, explica que tudo tem relação com a expectativa de juros maiores daqui para frente. Nesse cenário, os bancos costumam diminuir a porcentagem do CDI para não tomarem prejuízo, por isso papéis com vencimentos curtos, em seis meses, pagaram até 110% do CDI. Vale lembrar que o mercado espera que o ciclo de alta da Selic termine no primeiro trimestre do ano que vem. 

Já os prefixados e atrelados ao IPCA tendem a seguir o fluxo de alta das expectativas de juros. Afinal, se essa remuneração fixa não crescer, valeria mais a pena investir nos pós-fixados que variam com o CDI. 

A taxa média de pós-fixados com vencimento em seis meses caiu de 100,74% do CDI para 99,63% entre os dias 5 e 19 de setembro. Os dados foram levantados pela Quantum Finance, a pedido do InfoMoney

Nos vencimentos mais longos, a partir de 12 meses, que já não contemplam o horizonte esperado de elevação na Selic, a remuneração de pós-fixados foi maior. A taxa média para três anos subiu de 100,50% do CDI para 100,60%. 

Retornos de CDBs indexados ao CDI de 5 a 19 de setembro
Prazo (meses) Taxa mínima (% CDI) Taxa média (% CDI) Taxa máxima (% CDI) Número de títulos Emissor da maior taxa
3 91,00% 99,52% 120,00% 33 Banco Master de Investimento
6 97,00% 99,63% 110,00% 19 Letsbank
12 90,00% 99,83% 110,00% 41 Banco Mercantil do Brasil
24 92,00% 99,79% 120,00% 43 Banco Master de Investimento
36 99,00% 100,60% 108,50% 24 Banco Mercantil do Brasil
Fonte: Quantum Finance

Já prefixados de curto prazo passaram a pagar mais na comparação com a última quinzena analisada para acompanhar a alta nas expectativas da Selic. A taxa média dos títulos de seis meses teve alta significativa de 10,62% para 12% ao ano. Nos vencimentos em 12 meses, a variação foi de 11,22% para 11,33%. 

No longo prazo, os papéis com vencimento em três anos pagaram, em média, 12,15% ao ano, contra 12,54% na quinzena anterior. 

Retornos de CDBs prefixados de 5 a 19 de setembro
Prazo (meses) Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
6 10,65% 12,00% 11,15% 10 ABC Brasil
12 11,15% 11,33% 11,65% 13 ABC Brasil
24 11,30% 11,67% 12,43% 8 Banco BMG
36 11,90% 12,15% 12,40% 2 Sinosserra Financeira
Fonte: Quantum Finance

Os CDBs atrelados ao IPCA, que têm parcela prefixada na remuneração, também passaram a pagar mais, mas o movimento das taxas foi mais tímido. O juro real dos papéis com vencimento em dois anos subiu de 6,19% ao ano para 6,23%. Já a taxa média dos títulos com vencimento em pelo menso 36 meses – os preferidos de Romano para o indexador – subiu de 6,01% para 6,05% ao ano. 

Retornos de CDBs indexados à inflação de 5 a 19 de setembro
Prazo (meses) Taxa mínima (IPCA+) Taxa média (IPCA+) Taxa máxima (IPCA+) Número de títulos Emissor da maior taxa
24 6,00% 6,23% 6,47% 20 Haitong Brasil
36 5,86% 6,05% 6,30% 6 ABC Brasil
Fonte: Quantum Finance

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