Fenômeno de bilheteria, ‘Beetlejuice 2’ é para rolar de rir no cinema sem medo de ser feliz

Michael Keaton e Winona Ryder em “Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice”

Existem cineastas que não me decepcionaram ao longo de suas trajetórias, e entre eles está o diretor Tim Burton. Ele retorna com seu sarcasmo característico e uma direção de arte impecável. Os “Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” é a continuação direta do clássico cult “Os Fantasmas se Divertem”. O diretor sabe preparar sucessos de público e crítica, conforme demonstram os números: liderou as bilheterias nacionais em seu primeiro final de semana de exibição, arrecadando mais de R$ 7 milhões.

O filme, que revive o longa lançado em 1988, também se consagrou como a maior bilheteria mundial nos quatro primeiros dias em cartaz. Na nova trama, voltamos à sombria casa em Winter River, onde três gerações da família Deetz se reúnem após uma tragédia.

Lydia Deetz (Winona Ryder), agora adulta e cheia de traumas, é mãe da adolescente Astrid (Jenna Ortega). A jovem idealista e introvertida explora o sótão da antiga casa e descobre uma misteriosa maquete da cidade, inadvertidamente reabrindo o portal para o mundo dos mortos. Esse ato inesperado traz de volta o excêntrico fantasma Beetlejuice (Michael Keaton), que, mais uma vez, transforma a vida dos Deetz em um verdadeiro caos.

Com seu humor peculiar e estilo único, Beetlejuice promete causar novas confusões, misturando o mundo dos vivos e dos mortos em um mosaico de retalhos e referências dos anos 70.

“Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice” não contou com Alec Baldwin para a aguardada continuação devido a problemas graves com a lei. Ter um nome tão controverso entre astros e estrelas como Winona Ryder, Jenna Ortega, Michael Keaton e Catherine O’Hara seria um risco para a produção, que enfrentaria uma sombra imensa e o potencial para gerar até mesmo um boicote por parte dos espectadores.

O filme traz várias referências a uma época em que a televisão era predominantemente pop, antes do streaming, com programas como o musical “Soul Train” e os matinais de mistérios, em que tínhamos entrevistas com os envolvidos em casos “macabros” e inexplicáveis. É uma delicada lufada de nostalgia e cultura ultraprocessada que marcava as tardes e noites da infância. Além disso, há uma crítica ao universo das artes plásticas e suas peripécias conceituais e vazios existenciais.

Winona Ryder revelou em uma entrevista à Harper’s Bazaar que trabalhou clandestinamente com Tim Burton para viabilizar a sequência. “Muitas vezes meus agentes não sabiam que eu estava me encontrando com ele”, disse Ryder, mostrando seu comprometimento com o projeto. Burton, conhecido por sua criatividade excêntrica, explorou várias ideias conceituais ao longo dos anos, incluindo a bizarra “Beetlejuice Goes to Outer Space”.

Embora a ideia de uma sequência tenha sido discutida por anos, Michael Keaton e Tim Burton foram cautelosos antes de dar luz verde ao projeto. Keaton admitiu à revista People que tinha reservas iniciais. “Pensamos: ‘Você tem que fazer isso direito’, caso contrário, simplesmente não faça”, afirmou Keaton. No entanto, uma vez que as filmagens começaram, suas preocupações desapareceram, reforçando a confiança na direção de Burton e na qualidade do roteiro.

O elenco estrelado também conta com duas participações de peso para a trama: a magnífica Monica Bellucci e o sempre ótimo Willem Dafoe, que interpreta um canastrão convicto. Juntos, protagonizam uma cena de casamento que entrará para os anais do cinema; é uma paródia aos musicais clássicos, num puro exercício dos exageros da comédia pastelão, de chorar de rir.

Na versão dublada, Beetlejuice (ou Suco de Besouro) ganha a voz de Eduardo Sterblitch, ator carioca responsável por dar vida ao fantasma nos palcos do teatro, interpretando-o na versão brasileira do musical da Broadway.

Beetlejuice pode ser considerado o melhor e mais significativo papel de Michael Keaton. Sob a batuta de Burton, ele não conseguiu superar outros papéis importantes e “sérios” que fez, dados os malabarismos desse fantasma politicamente incorreto por essência. Ele realmente incorporou esse personagem e nunca mais tirou a fantasia tecida pela maestria desse incrível criador e diretor de cinema.

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