Trecho do Solimões vira deserto pela 2ª vez em espaço de 1 ano e acaba com pesca

Ribeirinhos atravessam o leito seco de um braço do rio Solimões em frente à comunidade indígena Porto Praia, em Tefé (AM). Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

Os moradores da Terra Indígena Porto Praia de Baixo, em Tefé (AM), enfrentam desafios na pesca. Onisson Gonçalves, de 32 anos, é descrito na comunidade como um habilidoso pescador de peixes lisos no rio Solimões e nos lagos conectados ao rio. Com informações da Folha de S.Paulo.

Contudo, essa atividade foi drasticamente afetada pelas secas extremas de 2023 e 2024, que mudaram a realidade de mais de cem famílias da região. O trecho do Solimões em frente a Porto Praia virou deserto outra vez.

A distância para acessar os locais de pesca aumentou, obrigando os pescadores a ancorar seus barcos a 3 km do portinho da aldeia, em comparação com 2 km no ano anterior.

O desaparecimento do rio resultou em dificuldades financeiras. Poucos pescadores conseguem contornar as ilhas e acessar lagos e trechos do rio com abundância de peixes.

Poço de água parada que restou em trecho seco do rio Solimões em frente à Terra Indígena Porto Praia de Baixo, em Tefé (AM). Foto: Lalo de Almeida/Folhapress

Antes, famílias ganhavam até R$ 6.000 com a atividade. Agora, indígenas kokamas, tikunas e mayorunas venderam o material de pesca.

Os ciclos de estiagem e cheia são característicos da Amazônia, mas a severidade das estiagens atuais é diferente. O que mudou foi o caráter extremo, com estiagens mais longas, menos poços e menos água para navegação.

A seca costuma ser aliviada por repiquetes, que são aumentos temporários no nível das águas. Em 2023, os moradores relataram três repiquetes. Neste ano, ainda não houve nenhum.

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