Qualcomm quer comprar a Intel para expandir Snapdragon para PCs

Qualcomm pode buscar espaço em servidores com chip Arm de 80 núcleos (imagem: divulgação/Qualcomm)
Segundo jornal, Qualcomm está interessada em aquisição total da Intel e CEO Cristiano Amon está envolvido na negociação (Imagem: Divulgação/Qualcomm)

A Qualcomm, líder do mercado de processadores para celulares, está interessada em adquirir a Intel. Segundo o Wall Street Journal, a fabricante do Snapdragon quer comprar toda a empresa, mas estaria disposta a levar algumas divisões da concorrente. Contudo, uma aquisição total da Intel pela Qualcomm dependeria de uma investigação pesada de órgãos reguladores de mercado.

A informação sobre o interesse da Qualcomm pela Intel foi divulgada na última sexta-feira (20). Porém, no início deste mês, foi revelado que a empresa liderada por Cristiano Amon estava sondando a compra da divisão de processadores para PC da Intel. Na notícia de sexta-feira, o Wall Street Journal afirmou que Amon está diretamente envolvido nas negociações.

Intel em crise e Qualcomm ganhando espaço no PC

Uma das motivações da Qualcomm para adquirir a Intel é a crise que esta está passando. A fabricante, liderada pelo CEO Pat Gelsing, perdeu 60% do valor de mercado desde o início do ano. Ainda que alguns setores sigam lucrativos, a Intel teve que cortar 15% da força de trabalho e alterar algumas estratégias. Parte disso está ligado aos investimentos em suas fábricas de chips.

Intel
Intel passa pela maior crise dos seus 56 anos de existência, com queda de 60% no valor de mercado(Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Do outro lado, a Qualcomm segue liderando o mercado de SoCs mobiles (celulares e tablets) e entrou no mercado de notebooks — com um apoio da Microsoft. A empresa lançou dois processadores Arm para Windows que atendem a proposta de AI PC. O Snapdragon X Elite e X Plus inclusive já estão em alguns modelos vendidos no Brasil.

Cristiano Amon declarou no início do mês que a Qualcomm não descarta entrar no mercado de desktop. A aquisição da Intel resolveria a falta de conhecimento da empresa na venda de processadores no varejo.

A Qualcomm atua fornecendo SoCs para fabricantes, que montam seus celulares, tablets ou laptops. Já o mercado de desktop permite que o consumidor monte seu PC por conta própria, adquirindo as peças que vão atender o hábito de uso.

Snapdragon X Plus (imagem: divulgação/Qualcomm)
Snapdragon X Plus é um dos processadores da Qualcomm para notebooks (Imagem: divulgação/Qualcomm)

Dificuldades da aquisição

Como diz o ditado, querer não é poder. A Qualcomm tem duas dificuldades nessa negociação — ainda que ela esteja só na fase de conversa. A primeira é o financiamento. A Intel está avaliada em US$ 122 bilhões (R$ 679 bilhões), enquanto a Qualcomm vale US$ 188 bilhões (R$ 1,04 trilhão).

Caso tenha o capital para isso, vem a fase de aprovar a compra em diferentes órgãos reguladores do mundo — e isso pode ser mais difícil que ter um empréstimo aprovado com bancos. Os órgãos podem exigir que a Qualcomm venda partes da Intel para seguir com a aquisição ou negá-la por completo.

Contudo, tudo isso está longe de se concretizar — se é que a Intel aprovará a venda. Segundo uma fonte da Reuters, a Qualcomm fez apenas o primeiro contato para negociar uma aquisição ou venda da divisão de PCs. A parte de falar de valores depende da Intel topar a ideia de aquisição.

Com informações: The Wall Street Journal, Reuters e The Verge

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