Ata do Copom, discurso de Lula na ONU, fala de Campos Neto e mais destaques desta 3ª

Sede do Banco Central em Brasília 25/08/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

As atenções hoje se dividem entre a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), eventuais comentários de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; e, por outro lado, com o discurso do presidente Lula na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

O mercado ainda tenta compreender e medir os passos que levaram às decisões de juros tanto nos EUA quanto por aqui. Nesta segunda, comentários de três presidentes de bancos regionais do Federal Reserve foram o foco principal, conforme investidores buscaram pistas sobre o motivo pelo qual o banco central dos EUA iniciou seu ciclo de flexibilização com um corte de 50 pontos-base.

As autoridades do Fed, incluindo Raphael Bostic, Neel Kashkari e Austan Goolsbee, apoiaram o último corte na taxa básica do banco central e expressaram seu apoio a mais cortes no restante do ano.

As apostas dos operadores, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME, inicialmente favoreciam um movimento maior do Fed em sua próxima reunião de novembro, depois que o diretor Christopher Waller sinalizou na sexta-feira que os próximos dados de inflação podem ficar abaixo da meta de 2% do Fed.

Entretanto, as apostas mudaram desde então e agora parecem ser um jogo de cara ou coroa, com os mercados esperando uma redução total de 74 pontos-base até o final do ano, de acordo com dados da LSEG.

Já por aqui, analistas consultados pelo Banco Central subiram sua projeção para o nível da Selic ao fim deste ano, prevendo agora uma alta de 50 pontos-base nos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em novembro, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os analistas veem a taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano, fechando 2024 em 11,50%, ante 11,25% na semana anterior. Em 2025, eles mantiveram a expectativa de que a Selic cairá para 10,50%.

Além disso, o mercado reagiu ao Relatório Fiscal Bimestral. No documento, os ministérios do Planejamento e da Fazenda apontaram a necessidade de ampliar em R$ 2,1 bilhões o bloqueio de verbas de ministérios para cumprir o limite de gastos deste ano, totalizando uma contenção de R$ 13,3 bilhões. Segundo projeções da equipe econômica, o governo central fechará 2024 com déficit primário de R$ 28,3 bilhões.

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que há incômodo na equipe econômica do governo em relação a uma suposta “irracionalidade” na percepção dos agentes econômicos sobre a gestão fiscal. Ele citou a “especulação mal-feita” em meio a críticas de analistas sobre saídas criativas para contornar restrições das regras fiscais.

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

O ministro Fernando Haddad participa de mesa Redonda de investidores sobre o Tropical Forest Finance Facility (TFFF), ainda em Nova York.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, fará palestra no J. Safra Brazil Conference 2025, promovido pelo Banco J. Safra, em São Paulo. O evento será transmitido online.

Nos EUA, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem agenda cheia nesta terça-feira. O presidente discursará na Abertura do Debate Geral da 79ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Antes disso, o presidente se encontra com o Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres. A tarde, Lula se encontra com Pedro Sánchez, presidente da Espanha, e, na sequência, tem reunião com o presidente da França, Emmanuel Macron.

Brasil

8h: Divulgação da ata do Copom
8h: FGV: Sondagem do consumidor

EUA
11h: Confiança do consumidor – Conference Board

Mercados Internacionais

Os índices futuros dos Estados Unidos iniciaram a sessão desta terça-feira (24) em terreno positivo, com os investidores reagindo aos novos recordes estabelecidos pelo S&P 500 e pelo Dow Jones na sessão anterior. Os ganhos foram modestos, mas pareceram ser uma continuação do rali da semana passada, depois que o Fed cortou as taxas de juros em meio ponto percentual.

As bolsas da Europa também sobem, acompanhando uma recuperação na Ásia depois que o banco central da China revelou uma série de medidas de estímulo destinadas a impulsionar o crescimento econômico.

Estímulos na China

O banco central da China revelou seu maior estímulo desde a pandemia para tirar a economia da crise deflacionária e trazê-la de volta à meta de crescimento do governo, mas analistas alertaram que mais ajuda fiscal seria vital para atingir essas metas.

O pacote mais amplo do que o esperado, oferecendo mais financiamento e cortes nas taxas de juros, marca a mais recente tentativa de Pequim de restaurar a confiança depois que uma série de dados decepcionantes levantaram preocupações sobre uma desaceleração estrutural prolongada.

O governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, anunciou em uma coletiva de imprensa que a China reduzirá a taxa de reserva obrigatória ou a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter em 50 pontos-base.

OPEP+

 A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) valoriza a cooperação em energias com o Brasil, incluindo investimentos em renováveis, disse o secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, durante abertura da ROG.e, feira da indústria de petróleo e gás, nesta segunda-feira.

Segundo ele, o Brasil está liderando caminhos para ajudar a encontrar soluções em energia realistas para “desafios do nosso tempo”, que incluem a transição energética com fontes de energia menos poluentes.

O Brasil já teve convite anteriormente para ingressar como observador da Opep+, um grupo de países produtores de petróleo formado pelo membros da Opep e outras nações aliadas, como a Rússia.

Economia

Sem Tesouro Direto

A Secretária do Tesouro Nacional informou em comunicado nesta segunda-feira que não haverá venda de títulos através do Programa do Tesouro Direto na terça-feira, alegando como motivo a greve dos servidores da instituição.

No comunicado, o Tesouro acrescentou que, devido às “restrições operacionais”, os agendamentos de compra de títulos serão cancelados, recomendando que sejam programadas novas datas por parte dos investidores.

Os leilões tradicionais do Tesouro Nacional não serão impactados pela greve dos servidores do órgão.

“Fiscal supera expectativas”

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, criticou nesta segunda-feira (23) a reação negativa do mercado ao 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, apresentado na sexta-feira e afirmou que o governo tem apresentado um equilíbrio fiscal como fundamento da política econômica.

“A gente tem feito um esforço maior para ajustar as fontes do País e cumprir as metas fiscais estabelecidas. Há um incômodo quando a gente percebe uma irracionalidade na repercussão, quando se ignoram alguns fatos da realidade”, desabafou Durigan, durante entrevista coletiva.

De olho no rating

Depois de se reunir com duas das maiores agências de classificação de risco, a S&P Global Ratings e a Moody’s, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse que também terá um encontro com representantes da Fitch Ratings, durante passagem por Nova York.

Fontes ouvidas pelo Estadão, na condição de anonimato, dizem que há uma reunião agendada com o presidente global da Fitch Ratings, Paul Taylor, na terça-feira (24). Haddad e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) devem participar.

Dentro das regras

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que as despesas do governo federal seguem dentro das regras do arcabouço fiscal e garantiu que o Executivo vai conseguir cumprir a meta para as contas públicas deste ano.

Em rápida entrevista a jornalistas em Nova York, Haddad atribuiu o potencial de alcançar a meta a uma série de elementos positivos que ainda vão acontecer, que não haviam sido levados em consideração anteriormente, e destacou uma revisão benéfica de despesas.

“Nós divulgamos os dados do quarto relatório (bimestral de receitas e despesas) deste ano, mostrando que as despesas estão absolutamente dentro da regra do arcabouço, limitadas a 2,5% de crescimento em relação ao ano passado, tivemos boas surpresas nesse quarto relatório”, afirmou.

Política

Debate termina em confusão

O oitavo debate entre os principais candidatos à prefeitura de São Paulo (SP), promovido pelo Grupo Flow na noite de segunda, caminhava para um desfecho tranquilo, sem grandes ofensas entre os concorrentes, até que Pablo Marçal (PRTB) não se conteve.

Em suas considerações finais, a poucos segundos do encerramento do programa, o empresário fez acusações contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, e voltou a afirmar que o emedebista será preso caso Marçal se eleja.

Neste momento, o mediador do debate, o jornalista Carlos Tramontina, fez a primeira advertência ao candidato do PRTB. Mesmo assim, Marçal continuou atacando Nunes em sua fala e, assim, recebeu a segunda advertência. Após a bronca, Marçal ficou alguns segundos em silêncio e, faltando cerca de 10 segundos para que seu tempo terminasse, voltou a acusar Nunes e a dizer que o prefeito seria preso.

Cumprindo as regras do debate, Carlos Tramontina, então, expulsou Marçal do programa – e uma confusão generalizada teve início nos estúdios. 

Petróleo no mar

Em seu primeiro discurso nesta viagem a Nova York, para a Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Pacto para o Futuro, documento a ser assinado pelos líderes mundiais na cidade norte-americana, aponta uma direção a seguir, mas que falta “ambição e ousadia” para que a entidade consiga cumprir seu papel.

Proposta de paz na Ucrânia

O Brasil tenta retomar, junto com a China, conversas em torno da proposta de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia em uma reunião com 20 países do Sul Global em Nova York, na próxima sexta-feira.

O encontro, a ser coordenado pelo assessor especial da Presidência, embaixador Celso Amorim, pretende levar a esses países a proposta de seis pontos para a paz, apresentada em maio por Brasil e China, mas que não teve avanços desde então.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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