B3 (B3SA3): novo concorrente avança; ações seguirão sob pressão?

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

A registradora de ativos financeiros CSD BR, que tem entre seus sócios a Santander Corretora, o BTG Pactual (BPAC11) e a Bolsa de Chicago (CBOE), vai protocolar até o final deste ano no Banco Central pedido para operar uma contraparte central, responsável por garantir o fechamento das múltiplas negociações de um ativo, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da empresa, Edivar Queiroz, comentou que a CSD BR estará pronta para entrar no negócio de bolsa de valores até 2027. Além da CSD BR, a B3 enfrenta concorrência da ATG, que pretende lançar uma operação de bolsa de valores e clearing no segundo semestre do ano que vem, da A5X, que espera lançar uma bolsa de derivativos no início de 2026, e da Cerc, que busca autorização para uma bolsa de valores de renda fixa no 1T25.

Embora os novos concorrentes em potencial sejam um risco conhecido e ainda distante, o Goldman Sachs acredita que isso continua sendo uma pressão constante sobre as ações, que caíram 3,5% na véspera, enquanto o Ibovespa recuou 0,4%. No ano, os papéis B3SA3 registram baixa de 21%.

Segundo o relatório, as receitas de ações representam 35% das receitas totais da B3 nos últimos 12 meses. O Goldman projeta que 90% estejam relacionadas ao clearing, o que poderia estar em risco devido a um potencial concorrente.

No entanto, o banco destaca que ter mais de uma contraparte central também pode criar ineficiências no mercado, como diferentes requisitos de liquidação e margem, o que poderia limitar o escopo da concorrência, além dos altos requisitos de capital e garantias para manter uma contraparte central.

De fato, segundo o banco americano, a maioria dos países globalmente opera com apenas uma contraparte central. Além disso, o risco de concorrência em FICC (derivativos), que representa 23% das receitas, é ainda mais limitado, já que qualquer novo concorrente teria que criar seus próprios contratos de derivativos listados.

Em termos de avaliação, o banco vê a ação sendo negociada a 12,2 vezes o Preço (P)/Lucro (L) estimado para 2025, 31% abaixo de sua média histórica de 17,6 vezes. A ação também está sendo negociada abaixo das bolsas globais, a 25,0 vezes, mas acima da mediana das empresas do setor financeiro brasileiro (excluído bancos), que é de 11,4 vezes. Com isso, o Goldman Sachs reitera recomendação neutra para B3 e preço-alvo de R$ 13.

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