Efeito Marçal: Cármen Lúcia denuncia violência política e manda partidos “tomarem tenência”

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com expressão séria e mão no queixo
A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Divulgação

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, fez um pronunciamento incisivo na abertura da sessão desta terça-feira (24), abordando os crescentes casos de violência nas campanhas eleitorais. A ministra ressaltou que a agressividade, em muitos casos, tem partido de políticos e seus assessores, e exigiu que partidos e candidatos adotem uma postura de respeito e responsabilidade, apelando para que “tomem tenência”.

Embora a ministra não tenha mencionado incidentes específicos, sua fala ocorreu um dia após um assessor da campanha de Pablo Marçal (PRTB), candidato à prefeitura de São Paulo, ter agredido um colaborador do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição. O episódio aconteceu no final de um debate organizado pelo Grupo Flow e pelo Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP, na segunda-feira (23).

Violência nas campanhas paulistanas

Nos últimos dias, a campanha eleitoral de São Paulo tem sido marcada por episódios de violência. Um dos incidentes mais comentados ocorreu há 10 dias, quando José Luiz Datena (PSDB), candidato à prefeitura de São Paulo, desferiu uma cadeirada em Marçal durante um debate.

“Há que se exigir, em nome do eleitorado brasileiro, que candidatos e seus auxiliares de campanha deem-se ao respeito. E, se não se respeitam, respeitem a cidadania brasileira, pois ela não está à mercê de cenas e práticas que envergonham e ofendem a civilidade democrática. Há que conclamar também os partidos políticos a que tomem tenência”, disse a presidente do TSE.

 

Publicado por @globonews
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Política não é violência

Cármen Lúcia deixou claro que, em sua visão, “política não é violência, é a superação da violência”. A ministra enfatizou que agressões no contexto político desrespeitam não apenas as vítimas, mas também a sociedade e a própria democracia.

Além disso, ela destacou a necessidade de celeridade na investigação e julgamento de casos de violência eleitoral. A ministra informou que irá enviar ofícios à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, solicitando prioridade na apuração de crimes eleitorais que violam o Direito Eleitoral e atentam contra a cidadania.

“Estou encaminhando ofício à Policia Federal, ao Ministério Público Federal e aos presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais para que eles deem celeridade, efetividade e prioridade às funções que exercem, de investigação, acusação e julgamento de atos contrários ao Direito Eleitoral e agressivos à cidadania, aos casos de violência da mais variada deformação, que se vêm repetindo neste processo eleitoral em curso e que afrontam até mesmo a nobilíssima atividade da política, tão necessária”, concluiu.

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