Filmagens e assessores de Marçal já vinham incomodando campanhas nos debates em SP

O empresário Pablo Marçal (PRTB), que conta com uma equipe dedicada a gravar bastidores de eventos, reações de adversários e interações entre assessores, marqueteiros e jornalistas para alimentar seus perfis digitais, já vinha causando incômodo nas campanhas rivais em São Paulo, conforme informações do Globo.

A situação escalou na última segunda-feira (23), durante um evento promovido pelo Grupo Flow, quando uma confusão envolvendo sua equipe culminou em uma agressão ao marqueteiro da campanha de Ricardo Nunes (MDB).

Desde o primeiro debate, realizado na Band, membros da equipe de Marçal já vinham incomodando ao fazer transmissões ao vivo, registrando cenas tanto do candidato quanto do prefeito. Fabio Wajngarten, da equipe de Nunes, chegou a gritar das bancadas do estúdio, pedindo que afastassem as pessoas próximas ao emedebista.

Com o passar dos debates, mais membros da equipe de Marçal começaram a se credenciar para os eventos. No debate do Flow, a equipe do ex-coach contou com seis assessores, apesar de o limite ser de quatro, o que atrasou o início da transmissão em 30 minutos.

Já no debate promovido pelo Estadão e a Faap, a gravação foi proibida, mas, mesmo assim, a equipe de Marçal continuou filmando no meio da plateia de estudantes, desafiando as restrições.

A agressão

Fernando Ivo Antunes, assessor da campanha de Marina Helena (Novo) e que já havia trabalhado com Duda Lima em eleições anteriores, relatou que o marqueteiro afastou o celular de Nahuel Medina no momento em que Marçal recebia sua primeira advertência durante as considerações finais. Segundo ele, o soco só foi desferido quando Marçal já estava deixando o palco.

“Tem um hiato de tempo claro. O soco dele não é uma reação àquele momento em que o Duda coloca a mão no celular do rapaz”, disse Antunes.

Outro marqueteiro presente ao estúdio, que preferiu não se identificar, corroborou essa versão, afirmando: “Não foi uma escalada de agressividade, nem um soco por reação. O Duda afastou o celular, a situação esfriou, ele virou de lado e o sujeito parou, pensou e decidiu dar o soco.”

Integrantes da campanha de Datena também afirmaram que Duda reagiu com ironia às advertências dadas a Marçal durante o debate, mas confirmaram que o soco não foi imediato. Segundo eles, Medina aguardou um momento em que Duda estava vulnerável para desferir o golpe, o que levou aliados de Datena a considerar que a agressão foi premeditada.