Alta dos juros afetou confiança da construção, que caiu após quatro meses, diz FGV

Pessoa em frente a prédio em construção no Rio de Janeiro (REUTERS/Pilar Olivares)

O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 0,4 ponto em setembro, para 97,1 pontos, e interrompeu uma sequência de quatro meses seguidos sem queda, informou nesta quarta-feira (25) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Na média móvel trimestral, o índice ficou relativamente estável ao variar 0,2 ponto.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, a confiança setorial não resistiu à mudança de direção da política monetária. “A alta na taxa de juros ocorrida em setembro e a perspectiva de novas elevações afetaram particularmente as expectativas dos empresários dos segmentos de Infraestrutura e de Edificações Residenciais, que ficaram mais pessimistas”, comentou em nota.

Ele lembrou que, no mercado imobiliário, o encarecimento do crédito não deve atingir o segmento econômico, que está relacionado ao Programa Minha Casa Minha Vida, mas pode ter impacto no mercado imobiliário de média renda, que também passa por um bom momento.

“De todo modo, as empresas que têm expectativas positivas para os próximos meses continuam a superar as pessimistas. Do ponto de vista da atividade, o cenário de crescimento não mudou: refletindo o ciclo de negócios recente, a demanda por mão de obra se mantém forte e pressionando o mercado de trabalho”, observou.

Situação atual e perspectivas

A queda do ICST em setembro foi influenciada devido à piora das perspectivas nos próximos meses, enquanto a avaliação sobre o momento corrente variou positivamente. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) variou 0,3 ponto, chegando aos 97,3 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) retraiu 0,9 ponto, para 97,1 pontos.

O indicador de situação atual dos negócios subiu 0,6 ponto, para 97,3 pontos, enquanto o indicador de volume de carteira de contratos ficou estável, ao variar -0,1 ponto, para 97,2 pontos.

Pela ótica as expectativas, os dois componentes tiveram variações contrárias: o indicador de demanda prevista nos próximos três meses subiu 2,4 pontos, para 100,6 pontos, em contrapartida, o indicador de tendência dos negócios nos próximos seis meses caiu 4,1 pontos e foi para 93,6 pontos.

O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção teve retração de 0,8 ponto percentual (p.p.), para 79,2%. O NUCIs de Mão de Obra e de Máquinas e Equipamentos recuaram 1,0 e 0,8 p.p, para 80,4% e 73,8%, respectivamente.

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