15 pinguins reabilitados voltam ao mar em Florianópolis; pinguim resgatado com anzol no olho está entre eles

Após reabilitação, quinze pinguins-de-Magalhães retornaram ao mar. Eles foram resgatados em diversas praias de Santa Catarina e receberam cuidados no centro de reabilitação da R3 Animal, executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), de responsabilidade da Petrobras. A soltura foi realizada pelo PMP-BS/R3 Animal nesta quarta (25), na Praia do Moçambique.

“É difícil ver o estado que eles chegam para a reabilitação. A maioria está muito afogado e com lesões, mas é muito gratificante ver que o nosso esforço deu certo: conseguimos formar um grupo saudável, que agora voltou para a natureza”, relata Dariana Nesello, médica veterinária do PMP-BS/R3 Animal.

Dentre os pinguins que foram soltos, alguns sofreram interações com petrechos de pesca durante seu deslocamento vindo das colônias, como o caso de um que foi registrado com um anzol na região do olho, em 20 de julho, na praia de Bombinhas/SC. O animal foi resgatado pelo PMP-BS/Univali e levado para a base de estabilização da instituição parceira, onde teve o anzol removido. Após um mês, foi encaminhado para o centro de reabilitação da R3 Animal.

Quando a lesão estava em processo de cicatrização, a equipe veterinária da R3 Animal relata que a ave apresentou novas irritações no olho. O tratamento com colírio resultou em melhora significativa e a visão não foi comprometida. O pinguim voltou a comer voluntariamente, ganhar peso e nadar para melhorar o condicionamento físico, até que ficou apto para soltura.

Este é o terceiro grupo de pinguins resgatados em Santa Catarina que foi reintegrado à natureza em 2024. Ao todo, o PMP-BS/R3 Animal já reabilitou e soltou 45 pinguins neste ano.

Por serem animais gregários, o ideal é que a soltura seja realizada com, pelo menos, um grupo de dez. Após soltura, os pinguins seguem seu curso em direção às suas colônias reprodutivas.

Em Florianópolis, 2620 pinguins-de-Magalhães já foram registrados na temporada de migração 2024, dentre vivos e mortos, até 24 de setembro. Desse total, apenas 151 (5,7%) estavam vivos na hora do resgate, com sinais de afogamento e exaustão.

Por que os pinguins encalham?

No outono e inverno, os pinguins-de-Magalhães partem de suas colônias reprodutivas na Patagônia Argentina, seguindo corrente marítimas em busca de alimentos em águas mais quentes, quando atingem o litoral brasileiro, principalmente as regiões Sul e Sudeste.

Durante a migração, é comum que indivíduos mais jovens se percam do bando, devido à inexperiência, e acabem encalhando nas praias exaustos, afogados, desnutridos e hipotérmicos. Ações antrópicas como petrechos de pesca e poluição marinha agravam a situação.

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

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