Barroso detona governo Bolsonaro em palestra nos EUA: “Ficamos por um triz”

O ministro do STF Luís Roberto Barroso. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, revelou suas preocupações sobre o governo brasileiro na época da gestão Bolsonaro em uma palestra neste sábado (6) nos Estados Unidos, durante a Brazil Conference na Universidade de Harvard, em Cambridge (EUA). Nela, o magistrado afirmou que o país experimentou um período de “populismo autoritário” e descreveu a situação como uma proximidade perigosa com o “impensável”.

No evento, intitulado “Populismo Autoritário, Resiliência Democrática e as Supremas Cortes”, o ministro criticou abertamente as Forças Armadas por sua tentativa de “desacreditar” o sistema eleitoral brasileiro e afirmou que as instituições democráticas do país estiveram à beira de um colapso.

Sem mencionar diretamente o nome de Bolsonaro, o presidente do STF fez uma análise contundente do período, descrevendo-o como uma fase de “erosão democrática, tijolo a tijolo”. Ele destacou a diminuição da participação da sociedade civil em órgãos de formulação de políticas públicas, o desmonte de órgãos de proteção ambiental e indígena, e a recusa em seguir diretrizes científicas durante a pandemia.

O ministro também enfatizou a gravidade da gestão da pandemia no Brasil, destacando que o país, representando 2,7% da população mundial, registrou 10,2% das mortes relacionadas à COVID-19.

O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Sergio Lima/AFP

Efeito Bolsonaro no Brasil

Barroso relembrou os esforços do governo para promover o “voto impresso” e questionar a integridade do sistema eleitoral, uma empreitada na qual as Forças Armadas tiveram participação. Ele criticou a postura dessas instituições, apontando que elas negam suas ações mesmo quando evidências as contradizem.

O relato de Barroso incluiu sua observação sobre a atuação das Forças Armadas durante as eleições de 2022 e sua persistente defesa da integridade do sistema eleitoral, especialmente diante das tentativas de minar sua credibilidade.

Por fim, o presidente do STF expressou alívio pelo fato de as instituições terem resistido aos ataques, mas alertou que o país esteve “por um triz” de consequências impensáveis, destacando a importância da vigilância contínua em defesa da democracia e do estado de direito.

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