Marcopolo vê mercado em níveis pré-pandemia – mas renovação de frota ainda é desafio

André Armaganijan, CEO da Marcopolo (POMO4), manifesta otimismo com a sustentabilidade do sistema rodoviário e vê um forte potencial do segmento para continuar atraindo muitos passageiros nos próximos anos.

“Na história recente, muitos passageiros têm deixado o sistema aéreo e se movimentado para o rodoviário, até porque a diferena no preço entre uma passagem de ônibus e uma passagem aérea pode girar em torno de dez vezes”, explica o executivo da fabricante de carrocerias de ônibus, que participou do último episódio do Expert Talks – Na Mesa com CEOs, no canal XP. A conversa contou com a participação de Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do Research XP, e Lucas Laghi, responsável pela cobertura do setor.

Na avaliação de Armaganijan, o mercado de ônibus hoje está muito próximo do que era em 2019, antes da pandemia da Covid-19.

“O volume de vendas (da Marcopolo) está muito próximo ao de 2019, mas com um resultado bastante superior por conta da estruturação nos custos, otimização de ativos e do trabalho que foi feito em produtos e lançamento de novos produtos”, confirma.

Por outro lado, o CEO da Marcopolo ainda vê desafios para o mercado. Entre eles, o executivo cita a renovação das frotas.

“A gente não teve uma renovação como se esperava e a frota envelhecida tem um custo de operação muito maior”, reflete. A idade média da frota brasileira, que já foi de oito anos, gira em torno atualmente de 11 anos”, finaliza.

Ônibus novo na rua

“O que a gente percebe é que as renovações [de frota] que estão acontecendo no sistema são justamente pela necessidade. Ou seja, os operadores não estão renovando frota por um incentivo de uma taxa de juros atrativa”, reforça. “O operador precisa renovar a frota e colocar um ônibus novo para ganhar no consumo de combustível”, exemplifica.

A estratégia, acrescenta o CEO da Marcopolo, passa também pelas novidades do mercado. Segundo ele, todos os lançamentos da empresa oferecem melhorias em fatores como conforto, segurança e conectividade – aspectos que acabam gerando ganhos de operação, pondera.

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