Eletromidia aposta nas PMEs e quer anunciar a padaria da esquina e o salão do bairro

A Eletromidia (ELMD3) está acostumada aos big numbers. Faturou mais de R$ 1 bilhão no ano passado e superou os R$ 900 milhões em receitas nos nove primeiros meses de 2024. No Brasil, a companhia é líder em mídia out of home (OOH) – aquela publicidade que aparece no telão do ponto de ônibus, na plataforma do metrô ou nas áreas comuns de um condomínio. E, via de regra, os clientes da Eletromidia também já faturam bilhões. Mas existe um outro lado do negócio, menos conhecido, que começou com uma demanda fora do padrão, de uma senhora que procurou a empresa: anunciar, em uma tela instalada no elevador do seu prédio, um apartamento que estava à venda naquele mesmo edifício. 

Não demorou nem dois dias para que a primeira cliente “pessoa física” da empresa conseguisse fechar negócio. Foi assim que a Eletromidia, confirmou que poderia abrir um. E colocou os mais de 50 mil painéis digitais da companhia à serviço da padaria da esquina, do salão de beleza do bairro – ou até mesmo de outras senhorinhas com imóvel para vender. 

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Pescando sardinhas?

À primeira vista, pode parecer que a companhia trouxe sardinhas para o seu portfólio de clientes graúdos. Mas, ao atender a pequenas e médias empresas (PMEs), a Eletromidia ingressou em um segmento que, no ano passado, cresceu mais que o dobro que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo o Sebrae. No dado que a Eletromidia toma como base, se trata de um mercado que movimenta R$ 20 bilhões ao ano. 

Clientes com esse perfil têm acesso limitado ao out of home, seja pela disponibilidade de recursos ou simplesmente pela inexistência de uma área de marketing dentro de um negócio de menor porte. A Eletromidia não foi a única a perceber esse gargalo e tentar preenchê-lo. A concorrente JCDecaux, multinacional francesa de mídia em locais públicos, possui, desde 2021, uma plataforma de anúncios para pequenos empresários. Outros players menores também estão no páreo. 

“O grande desafio é ter uma iniciativa eficiente e ter volume de inventário [número de painéis] para conseguir estar próximo da maior quantidade possível de clientes”, disse Lucio Schneider, diretor das áreas de marketing e crescimento da Eletromidia, ao InfoMoney. Ele afirma que, apesar da concorrência, a companhia lidera o movimento de trazer pequenos negócios para o out of home. “Nas conversas do dia a dia, temos empresas interessadas em se aproximar da gente e inclusive trazer seus inventários”, revela. 

Lucio Schneider, CGO da Eletromidia (Crédito: Divulgação)

Plataforma estruturada

A venda de mídia para PMEs era uma prática da Elemidia antes da fusão, de 2020, que deu origem à Eletromídia como é hoje. Mas faz menos de um ano que a companhia trabalha com uma estrutura própria para atender a esse tipo de cliente: a Eletromidia Aqui. A plataforma funciona como uma espécie de e-commerce que opera com um modelo self-service. Pequenos e médios empreendedores podem escolher, de forma autônoma, em quais painéis querem anunciar. 

A geolocalização é um ponto chave nesse processo – para um comércio de bairro, por exemplo, é mais vantajoso escolher aparecer em telas que estão na vizinhança. Na Eletromidia Aqui, é possível comprar mídia a partir de R$ 99. O valor pago vai depender da quantidade de painéis selecionados, a localização da tela, se o cliente vai chegar com um anúncio pronto ou criá-lo dentro da própria plataforma – que tem até uma ferramenta de inteligência artificial para fazer esse trabalho. O investimento, que começa em menos de três dígitos, pode chegar a R$ 50 mil e as campanhas podem chegar a seis meses. 

Valor da mídia comprada depende de localização e quantidade de telas (Imagem: Divulgação | Eletromidia)

Entre janeiro e setembro de 2024, a Eletromidia faturou R$ 11 milhões com a plataforma e contabilizou mais de cinco mil clientes. À primeira vista, são números praticamente inexpressivos diante das cifras bilionárias que a companhia ostenta. Mas o segmento de mídia para PMEs é visto como crucial para a expansão da companhia no futuro.

“É uma frente na qual estamos aportando muito investimento”, afirma Schneider, sem revelar números. Ele explica que, mesmo pensada para pequenas e médias empresas, a plataforma também tem potencial para beneficiar as grandes, com possibilidade de mídia para revendedores e franqueados.   

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