Tiro pela culatra: Alexandre de Moraes sai fortalecido após atentado bolsonarista

De acordo com a colunista da Folha Mônica Bergamo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se fortaleceu politicamente, segundo aliados, após o atentado de quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, em que o bolsonarista Francisco Wanderley Luiz detonou explosivos em frente ao STF e acabou morrendo.

O magistrado fará um pronunciamento nesta quinta-feira (14) para abordar o caso e reforçar a necessidade de combater atos de ameaça à democracia, ressaltando que o episódio mostra que o perigo de ataques antidemocráticos ainda persiste no país.

O caso está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) como ato terrorista, o que intensifica a seriedade das ações de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França.

Na sessão do STF, Moraes deve relacionar o ataque ao 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram as sedes dos Três Poderes. O ministro argumenta que as explosões reforçam a urgência de medidas de segurança para evitar novas ameaças extremistas.

Entre parlamentares bolsonaristas, o esforço é o de minimizar o ato como algo isolado. Em declaração, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que o atentado foi “um ato de loucura, de uma pessoa”, e destacou que tratar o episódio como uma ameaça à democracia “é subestimar a solidez” das instituições brasileiras. Nogueira e outros aliados de Bolsonaro buscam distanciar o ex-presidente de qualquer influência sobre o ato.

Contudo, o recente pronunciamento de Bolsonaro sobre o caso, que pediu “pacificação”, foi visto como uma pressão sobre as instituições e uma tentativa de condicionar a estabilidade do país à sua própria elegibilidade em 2026. Analistas apontam que a resposta de Bolsonaro pode ter sido um “tiro pela culatra”, já que o ataque fortaleceu o papel de Moraes como defensor do STF e deu ainda mais peso ao discurso de proteção democrática.

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