Paras os jornalões, o homem-bomba da extrema-direita não tem partido. Por Moisés Mendes

O terrorista Francisco Wanderley Luiz foi candidato a vereador pelo PL em 2020. Foto: Reprodução

Por Moisés Mendes

Imaginem se esse caçador de ‘comunistas’ das bombas, que morreu na Praça dos Três Poderes, tivesse passado, por acidente, por algum partido de esquerda.

Até agora as manchetes dos jornalões falam do ‘homem que morreu em Brasília’, sem nenhuma referência ao fato de que o catarinense Francisco Wanderley Luiz era do PL de Bolsonaro, com ativismo no partido.

Para a grande imprensa, o terrorista conhecido como Tio França é apenas um homem morto, sem partido, sem vínculos com a extrema-direita. A referência ao PL aparece nos cantinhos dos textos.

Mas vamos relembrar. Sobre Adélio Bispo, da facada em Bolsonaro, esta foi uma manchete da Folha:

“Autor de atentado a Bolsonaro foi filiado ao PSOL e divulgou ida a escola de tiro”

E esta outra da Veja:

“Homem que esfaqueou Bolsonaro foi filiado ao PSOL”

E esta saiu no Estadão:

“Esfaqueador de Bolsonaro foi do PSOL”

(Estão todas no Google. Quem quiser, pode pesquisar mais. Para os jornalões, Adélio tinha ligações com a esquerda. Quando se sabe que o sujeito apenas se filiou ao PSOL e logo depois abandonou o partido, sem a militância que o homem-bomba tinha no PL de Bolsonaro em Santa Catarina).

Praça dos Três Poderes após duas explosões
Praça dos Três Poderes após duas explosões nesta quinta-feira (13) – André Richter/Agência Brasil

Carro

Essa chamada de capa da Folha é sensacional. Foi atualizada às 23h47min, quando já se sabia há muito tempo que o homem-bomba era do PL:

“Carro alvo de explosão em Brasília é ligado a candidato a vereador pelo PL em SC”

Na manchete, o carro é ‘ligado’ ao sujeito, que é candidato do PL. Quando o certo seria assim:

“Homem-bomba era ligado ao PL”

O carro é detalhe, se era dele, da sogra ou de uma locadora. Não importa.

E os chefes?

Não deve ser por acaso que o homem-bomba do PL é do estado mais bolsonarista, com todos os líderes golpistas impunes até hoje.

Tio França era, como Fátima de Tubarão, bucha de canhão do fascismo e deve ter sido empurrado para a morte por um dos chefes da extrema-direita catarinense. Todos livres e soltos.

Levanta, caserna

O jornalista Tácio Lorran, do Metrópoles, encontrou essa postagem recente nas redes sociais do homem-bomba, que era chaveiro em Rio do Sul:

“Estamos atravessando um período bastante turbulento e degenerativo em nosso país… São vários os motivos porém um dos principais é sem dúvida as armas pesadas estarem nas mãos das gazelas saltitantes. Te levanta caserna!!! Não te deixe manipular”.

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