Maior produtora de azeite do mundo prevê queda de 50% em preços após valores recordes

Um dos momentos mais desafiadores da indústria do azeite pode estar chegando ao fim. Esta é a visão da espanhola Deoleo, maior produtora global do “ouro líquido”, que espera uma queda pela metade nos preços do produto nos próximos meses.

Em entrevista dada à CNBC, Miguel Ángel Guzmán, diretor de vendas da empresa explicou que, após um longo período de seca no sul da Europa, a expectativa de normalização nos preços do azeite entre novembro e janeiro e de tendência de queda durante todo 2025 se dá devido à melhora nas colheitas.

A indústria do azeite viveu uma grande crise nos últimos meses, que causou uma verdadeira explosão nos preços do produto. Porém, os preços começaram a esfriar recentemente, com estimativas de colheitas melhores para a safra 2024-2025, especialmente em países como Espanha, Grécia e Tunísia, informa o veículo.

Ainda assim, Guzmán, destacou que, apesar das melhorias, incertezas antes da colheita ainda pairam no mercado e que o azeite extravirgem, por exemplo, ainda enfrenta uma fase de tensão nos preços. Segundo executivo, para que as previsões positivas se concretizem, as chuvas na Europa precisam continuar a favorecer a produção.

Segundo a CNBC, na Espanha, maior produtora do óleo do mundo, os preços do azeite extra virgem na Andaluzia estavam em 6 euros por litro em 6 de novembro, uma queda de cerca de 19% em relação ao mês anterior e quase 35% em relação ao recorde de 9,2 euros em janeiro.

Na Espanha, a produção de azeite de oliva deve ficar em torno de 1,3 milhão de toneladas na temporada atual, em comparação com apenas 670.000-680.000 toneladas produzidas na temporada passada, citou a CNBC Kyle Holland, repórter sênior de mercado de sementes oleaginosas e óleos da Expana, em seu relatório.

Holland aponta que as colheitas na Grécia, Tunísia e Turquia também devem aumentar significativamente em relação à temporada passada, e a qualidade também parece ser “muito boa”.

Além disso, Guzman, da Deoleo, aponta que dois anos consecutivos de seca geraram preocupações no setor e, portanto, há a necessidade de se adaptar às condições climáticas adversas.

Ele disse que a indústria do azeite de oliva está atualmente passando por investimentos significativos em novas tecnologias agrícolas para variedades de azeite de oliva mais resilientes. “Isso é crucial, pois as mudanças climáticas foram identificadas como uma ameaça existencial para o setor”, aponta.

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