Milei recua e coloca Argentina em Aliança Global Contra a Fome no G20

O presidente de extrema-direita da Argentina, Javier Milei. Foto: Juan Mabromatta/AFP

A Argentina oficializou sua adesão à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil e que se tornou o carro-chefe da presidência brasileira no G20. Inicialmente, o governo de extrema-direita de Javier Milei foi o único convidado para a cúpula a não assinar o acordo.

Com a entrada do país vizinho, a coalizão agora conta com 82 nações e duas organizações internacionais: União Europeia e União Africana. Além disso, há 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras globais e 31 entidades filantrópicas e não governamentais, totalizando 148 adesões.

A adesão da Argentina foi considerada estratégica, já que o país tem se mostrado resistente em algumas pautas do G20, como a taxação dos super-ricos. Embora contrária ao termo, o país vizinho apoia a ideia de aumentar os tributos para os mais ricos, mas sua postura tem gerado impasses em negociações importantes. Especialistas alertam que esse comportamento pode acabar isolando o país em discussões futuras.

A Aliança, por sua vez, nasce com forte apoio político e financeiro. Em declaração recente, Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), anunciou que a instituição destinará US$ 25 bilhões em empréstimos a baixo custo ao longo de três anos para iniciativas vinculadas ao pacto internacional.

Além disso, US$ 200 milhões serão doados para assistência técnica a países pobres, com o objetivo de implementar programas bem-sucedidos de redução da fome e da pobreza, como o Bolsa Família, que servirá de modelo para outras nações.

Lula abre G20 nesta segunda-feira (18): Grupo reúne principais economias do mundo. Foto: reprodução

A Aliança Global tem como meta articular programas sociais que possam beneficiar 500 milhões de pessoas em países de baixa e média renda até 2030. Para o governo Lula, a iniciativa representa o principal legado do Brasil no G20, destacando-se como uma prioridade estratégica para combater desigualdades em escala global.

O processo de adesão à Aliança começou em julho, quando o projeto foi apresentado na força-tarefa liderada pelo Brasil e por Bangladesh. Desde então, 41 países, incluindo Canadá, Estados Unidos, Egito, Chile, Somália e Zâmbia, manifestaram apoio público à iniciativa. Além de governos, a Aliança conta com a participação de bancos multilaterais e organizações internacionais. Também foi prevista a possibilidade de países endossarem o projeto sem adesão plena.

O Brasil também se comprometeu a investir R$ 50 milhões no secretariado da Aliança, com contribuições adicionais de países como Noruega, Portugal e Espanha. A iniciativa representa um esforço global para enfrentar as desigualdades sociais e posiciona o Brasil como protagonista no combate à fome e à pobreza no cenário internacional.

Confira a lista de países fundadores da aliança contra a fome:

  1. Alemanha
  2. Angola
  3. Antígua e Barbuda
  4. África do Sul
  5. Arábia Saudita
  6. Argentina
  7. Armênia
  8. Austrália
  9. Bangladesh
  10. Benin
  11. Bolívia
  12. Brasil
  13. Burkina Fasso
  14. Burundi
  15. Camboja
  16. Chade
  17. Canadá
  18. Chile
  19. China
  20. Chipre
  21. Colômbia
  22. Dinamarca
  23. Egito
  24. Emirados Árabes Unidos
  25. Eslováquia
  26. Estados Unidos
  27. Espanha
  28. Etiópia
  29. Filipinas
  30. Finlândia
  31. França
  32. Guatemala
  33. Guiné
  34. Guiné-Bissau
  35. Guiné Equatorial
  36. Haiti
  37. Honduras
  38. Índia
  39. Indonésia
  40. Irlanda
  41. Itália
  42. Japão
  43. Jordânia
  44. Líbano
  45. Libéria
  46. Malta
  47. Malásia
  48. Mauritânia
  49. México
  50. Moçambique
  51. Mianmar
  52. Nigéria
  53. Noruega
  54. Países Baixos
  55. Palestina
  56. Paraguai
  57. Peru
  58. Polônia
  59. Portugal
  60. Quênia
  61. Reino Unido
  62. República da Coreia
  63. República Dominicana
  64. Ruanda
  65. Rússia
  66. São Tomé e Príncipe
  67. São Vicente e Granadinas
  68. Serra Leoa
  69. Singapura
  70. Somália
  71. Sudão
  72. Suíça
  73. Tadjiquistão
  74. Tanzânia
  75. Timor-Leste
  76. Togo
  77. Tunísia
  78. Turquia
  79. Ucrânia
  80. Uruguai
  81. Vietnã
  82. Zâmbia
  83. União Africana
  84. União Europeia

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