Benfica é o bairro mais populoso de Juiz de Fora, aponta IBGE

Benfica é o bairro mais populoso de JF, aponta IBGE

Benfica é o bairro mais populoso de JF, aponta IBGE
(Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

O bairro mais populoso de Juiz de Fora é Benfica, na Zona Norte do município. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda válidos pelo Censo de 2022, a região conta com 23.414 moradores. Ao todo, conforme a entidade, a cidade é habitada por um total de 540.756 pessoas.

Por outro lado, o com menor população registrada é o São Dimas, também na Zona Norte, com 118 moradores. Na sequência dos menos populosos, estão o Salvaterra, na Zona Sul, com 720; o Jardim Bom Clima, Região Nordeste, com 768; e o Floresta, Zona Sudeste, com 797.

Confira os dez bairros mais populosos da cidade

  • Benfica – 23.414 moradores
  • São Mateus – 19.255 moradores
  • São Pedro – 18.940 moradores
  • Centro – 18.569 moradores
  • Santa Cruz – 17.032 moradores
  • Ipiranga – 16.478 moradores
  • Progresso – 16.191 moradores
  • Grama – 15.364 moradores
  • Barbosa Lage – 15.119 moradores
  • Francisco Bernardino – 14.145 moradores

Características dos bairros

A partir dos dados, é possível fazer análises relacionadas ao desenvolvimento histórico de Juiz de Fora. Victor Godoy, professor de Arquitetura e Urbanismo, ressalta que, dentre os bairros mais populosos, estão alguns dos mais antigos: Benfica, São Pedro e Centro são exemplos disso. “O Centro é um dos locais onde começou a ocupação urbana no município. O Benfica surge ainda no século XIX, inclusive com uma estação de trem própria, o que mostra que vem se estruturando há bastante tempo. O São Pedro também aparece na mesma época, como colônia de imigrantes alemães. Por serem antigos, os bairros possuem infraestrutura boa, ainda que a viária não seja tanto assim pelo tempo em que foi construída.”

Além disso, o São Pedro se destaca por ser um dos bairros que mais crescem na cidade. “O planejamento urbano o considera um dos vetores de crescimento. Ainda há muitas áreas a serem ocupadas, e capacidade de absorção de muitos moradores. Por outro lado, o Centro já é um local totalmente consolidado e fechado. Somente através de demolição e construção de novos edifícios ele consegue absorver mais pessoas”, explica.

Já o São Mateus, de ocupação mais recente – meados do século XX -, é tratado por Victor como um bairro bem estruturado. “Se beneficia da proximidade ao Centro e é muito plural: diversas classes sociais moram lá, assim como no São Pedro. Conta tanto com estudantes como com idosos – o que difere de Benfica, que possui ocupação mais tradicional, mais formada por famílias.”

Os outros bairros da lista do IBGE, conforme esclarece o professor, são de ocupação mais recente e mais afastados do Centro de Juiz de Fora. “O Santa Cruz é bem distante da região central. O Ipiranga, na Zona Sul, é mais estruturado em relação a outros vizinhos, apesar de ser de uma parte mais carente do município. Barbosa Lage e Francisco Bernardino, na Zona Norte, são mais antigos e de ocupação bem consolidada, mas menos dotados de infraestrutura em comparação aos anteriores – o que tem relação com o perfil de renda.”

Estrutura

Victor reforça que a estrutura de uma região tem relação com a ocupação, com a localização no espaço urbano e com as classes sociais que ali habitam. Nos bairros mais próximos do Centro e com moradores com renda mais alta, a tendência é que a estrutura seja melhor, já que está diretamente relacionada à valorização dos imóveis. Por outro lado, em bairros de classes mais baixas, há mais deficiência. “De modo geral, Juiz de Fora é muito bem dotada de infraestrutura se relacionada ao Brasil como um todo. A Região Sudeste já se destaca, mas, mesmo assim, a cidade se sobressai.” O planejamento, segundo o professor, prevê o estímulo ao adensamento de áreas com boa infraestrutura e vice-versa.

A urbanista e professora Denyse Delgado acredita que as leis de parcelamento e de uso e ocupação do solo, vigentes desde 1986, devem ser revisadas, com base tanto no crescimento populacional, como nas estimativas trazidas pelo IBGE. “De lá para cá, alterações para amenizar os impactos negativos da urbanização foram feitas na legislação, mas apenas na minoria dos casos. Quando essas leis – de caráter planejador do crescimento urbano – foram instituídas, a população de Juiz de Fora era um pouco superior a 300 mil habitantes”, destaca.

Durante esse tempo, o número de moradores na cidade quase dobrou. “Sem falar na população que vem a JF diariamente, que pode chegar a 1,5 milhão devido à centralidade na concentração de serviços e instituições. Há tempos, as leis não acompanham o desenvolvimento da malha urbana, das demandas humanas – deslocamentos, trabalho e serviços – e contexto tecnológico que vivemos. Compreender onde as pessoas estão e as tendências de crescimento é urgente para redefinirmos estratégias que envolvam assertividade na aplicação de investimentos públicos em obras que permitirão um ambiente urbano mais equilibrado”, completa Denyse.

*sob supervisão da editora Fabíola Costa

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