Último dia do G20, Campos Neto, inflação na zona do euro e mais destaques nesta terça

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, no G20, no Rio de Janeiro (RJ) (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Nesta terça-feira (19), último dia da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, a agenda política começa com uma reunião com representantes da Índia e da África do Sul durante o café da manhã, seguida pela terceira sessão oficial do encontro, que tem como foco o desenvolvimento sustentável e as transições energéticas.

Ao meio-dia e meia, ocorre a cerimônia de encerramento da cúpula, marcada pela transmissão oficial da presidência do G20 do Brasil para a África do Sul, que assumirá o comando do grupo a partir de 1º de dezembro. A programação será finalizada com um almoço oficial de encerramento e encontros bilaterais entre os líderes no período da tarde. À tarde, Lula concederá entrevista coletiva.

Um dos destaques do evento para hoje é o anúncio, por Lula e pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, dos resultados de uma rodada de investimentos em saúde.

Os líderes também discutem a reforma da governança global, com foco na modernização de instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial. A proposta, defendida pelo Brasil e outros países, visa adaptar essas organizações às realidades do século XXI, promovendo uma governança mais inclusiva e eficiente.

No mercado, a agenda está mais esvaziada nesta terça, tanto nos Estado Unidos quanto no Brasil. Em solo americano, dados de construção de moradias iniciadas em outubro devem indicar a situação imobiliária no País.

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dá palestra e recebe homenagem em evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), por meio de sua Agência de Notícias DC News, em São Paulo. Já Diogo Guilen participa como palestrante, do ​​​Curso Estadão de Jornalismo Econômico​ (Focas), em São Paulo (fechado à imprensa).

Às 14h30, o presidente Lula concederá entrevista coletiva à imprensa.

Zona do Euro

07h – CPI (outubro)

Estados Unidos

10h30 – Licenças de Construção (outubro)

Japão

20h50 – Balança Comercial (outubro)

Internacional

Argentina adere aliança global contra a fome

Após negociações de última hora, o governo argentino decidiu aderir à iniciativa do Brasil da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, na segunda-feira (18), na cúpula do G20, no Rio de Janeiro. A Argentina havia sido a única nação do G20 que não tinha aderido à aliança, que foi lançada na abertura da cúpula do bloco das maiores economias do planeta.

A adesão da Argentina ainda no dia do lançamento da aliança permite que o país figure como um dos membros fundadores da plataforma independente internacional criada para captar recursos para financiar políticas de transferência de renda em países.

Economia

Alta do PIB

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 a 3,3%, ante estimativa anterior de 3,2%, mantendo a expectativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 em 2,5%, mostrou boletim divulgado ontem.

O documento também apontou uma deterioração na visão do governo para a inflação, com a projeção para o IPCA indo a 4,40% em 2024, ante previsão de 4,25% feita em setembro, enquanto o índice para 2025 foi ajustado de 3,4% para 3,6%. As estimativas para os dois anos estão bem acima do centro da meta do Banco Central de 3%, com a projeção para este ano se aproximando do teto da meta de 4,5%.

Projeção de alta para a Selic

Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano, em meio a expectativas mais altas para o avanço do IPCA neste ano e nos próximos dois, elevando também as previsões para as cotações do dólar, de acordo com a pesquisa Focus divulgada ontem.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,00%, de 11,50% na semana anterior.

Para 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75% pela sétima semana consecutiva. O BC volta a se reunir em dezembro para a última decisão de política monetária do ano.

Campos Neto volta a falar sobre escala 6×1

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou ontem, a externar preocupação com um eventual avanço do debate que toma como base a proposta de emenda à Constituição que estabelece o fim da jornada de trabalho de 6 dias e trabalho por um de descanso.

De acordo com o banqueiro central, a proposta caminha na mão contrária dos avanços conquistados na esteira da reforma trabalhista. A propósito, segundo Campos Neto, o bom momento pelo qual passa o mercado de trabalho se deve às reformas feitas no Brasil.

Questão fiscal

Roberto Campos Neto também disse ontem que as taxas de juros longas estão altas no país porque o mercado teme que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não cumpra o arcabouço fiscal e ponderou que as expectativas de inflação elevadas no Brasil não refletem um movimento orquestrado dos “malvados da Faria Lima”, em uma referência irônica ao mercado financeiro.

Durante palestra no evento “CEOs Workshop”, promovido pela Consulting House, em São Paulo, Campos Neto afirmou que a questão fiscal do país não é um “desastre iminente” e que ainda há tempo de uma “correção de rota”.

Taxação dos super-ricos

Reunidos no Rio de Janeiro, os chefes de Estado e de governo do G20, principal fórum de cooperação econômica internacional, aprovaram uma proposta de tributação progressiva, que inclui uma menção direta à taxação efetiva dos indivíduos considerados super-ricos. 

Política

Emendas

O Senado Federal concluiu nesta segunda-feira (18) a votação do projeto de lei que estabelece novas regras para o uso das emendas parlamentares, recursos indicados por deputados e senadores para suas bases eleitorais.

O texto, que agora retorna à Câmara dos Deputados, mantém em poder do Congresso uma fatia considerável do Orçamento e avança pouco em relação às exigências feitas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Isenção de imposto de remédio

O Plenário do Senado vota hoje o Projeto de Lei 3.449/2024, que permite ao Ministério da Fazenda zerar as alíquotas do Imposto de Importação para medicamentos no Regime de Tributação Simplificada (RTS). A isenção, que será válida para importações de até 10 mil dólares (aproximadamente R$ 57 mil), será direcionada a pessoas físicas que adquirirem os produtos para uso próprio.

A proposta, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro, é originária do deputado José Guimarães (PT-CE) e incorpora o conteúdo das Medidas Provisórias 1.236/2024 e 1.271/2024, que tratam da tributação simplificada, além da MP 1.249/2024, que estabelece o programa Mover. O texto está pendente de parecer do relator, o senador Cid Gomes (PSB-CE).

Influenciadores na CPI das Bets

A CPI das Bets pode votar hoje a convocação de artistas e influenciadores digitais envolvidos na promoção de plataformas de apostas virtuais. Entre os nomes mencionados estão a advogada e influencer Deolane Bezerra, os cantores Wesley Safadão e Jojo Todynho, e o humorista Tirulipa. A reunião está marcada para as 11h.

Na pauta da sessão, constam 168 requerimentos, sendo 79 pedidos de convocação. A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), é uma das que defende a convocação dos artistas. Ela explica que a participação deles é fundamental para compreender como figuras influentes podem contribuir para a expansão do mercado de apostas e avaliar se estão cientes dos danos econômicos e sociais que essa prática pode ocasionar.

(com Reuters, Estadão e Agência Senado)

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