Salário de até R$ 38,5 mil: TCU e MPF analisam denúncia de funcionários fantasmas na Embratur

Sede da Embratur, em Brasília – Foto: Reprodução

O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) estão analisando uma denúncia que aponta a presença de 30 funcionários fantasmas na Embratur, agência de promoção do turismo liderada por Marcelo Freixo (PT). Segundo as informações, esses funcionários teriam sido contratados nos últimos seis meses e alguns receberiam salários de até R$ 38,5 mil sem realizar qualquer atividade efetiva.

As suspeitas recaem principalmente sobre trabalhadores alocados no regime de teletrabalho ou cedidos ao Ministério do Turismo. Marcelo Freixo já demitiu cinco funcionários apontados na denúncia, incluindo dois ligados ao ministro do Turismo, Celso Sabino. Segundo a agência, as demissões ocorreram devido a “mau desempenho”, embora tenham sido realizadas apenas após o contato da imprensa.

Celso Sabino, ministro do Turismo – Foto: Vinicius Loures

Entre os casos listados está o de Marcelo Cebolão, gerente da diretoria de marketing internacional e tesoureiro-adjunto do União Brasil no Pará, que recebe R$ 38,3 mil por mês. Ele afirmou que atua de forma remota e não há incompatibilidade de horários com suas atividades, mas não respondeu quando questionado sobre projetos específicos da Embratur.

Outro nome citado é o de Maria Pia Petrus Melles, publicitária e filha do ex-presidente do Sebrae Carlos Melles. Apesar de morar em Minas Gerais, ela ocupava um cargo na presidência da Embratur. Maria alegou que realiza trabalhos online, mas não conseguiu detalhar os projetos nos quais está envolvida e apagou menções a um programa no YouTube de suas redes sociais após ser questionada.

Rafael Dalla Rosa, ex-coordenador de interlocução ministerial com salário de R$ 27,3 mil, também foi demitido após as denúncias. Ele trabalha remotamente em Santo André (SP) e afirmou que sua função é administrativa. No entanto, colegas na Embratur disseram nunca tê-lo visto na sede, levantando dúvidas sobre sua atuação.

Servidores da Embratur relataram surpresa com os novos contratados, que não participaram de processos de integração ou não tiveram funções apresentadas às equipes. Um grupo decidiu levar a denúncia ao TCU e ao MPF de forma anônima, destacando a indignação do corpo técnico da agência.

Segundo o TCU, a denúncia será analisada por uma unidade técnica, que avaliará a necessidade de abrir um processo de investigação. No MPF, o caso foi registrado como “notícia de fato”, uma etapa preliminar para decidir se será aberta uma apuração formal.

Marcelo Freixo, presidente da Embratur e ex-deputado federal – Foto: Reprodução

Atualmente, a Embratur conta com 232 funcionários na folha de pagamento, sendo 34 em teletrabalho integral. Este grupo é o principal alvo das suspeitas. Marcelo Freixo afirmou que desde que assumiu o comando da agência, o número de cargos foi reduzido de 250 para 232, reforçando o compromisso de gestão eficiente.

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