Militares planejavam usar “técnicas terroristas” para matar Lula e Alckmin, diz Moraes

O presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto:
Joédson Alves/ Agência Brasil

O plano de militares para assassinar o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin incluía uso de “técnicas militares e terroristas”, segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também alvo dos golpistas. Em decisão que autorizou a Operação Contragolpe, que prendeu o grupo, o magistrado ainda apontou a “extrema periculosidade” dos envolvidos.

“Os elementos comprovam a existência de gravíssimos crimes e indícios suficientes da autoria, além de demonstrarem a extrema periculosidade dos agentes, integrantes de uma organização criminosa, com objetivo de executar atos de violência, com monitoramento de alvos e planejamento de sequestro e, possivelmente, homicídios”, escreveu o ministro.

Quatro militares do Exército ligados às Forças Especiais da corporação, os “kids pretos”, e um policial federal foram presos nesta terça. No despacho que autorizou a ação, o ministro ainda cita suspeitas de uso de aparato público-militar no plano, com o uso de um veículo oficial do Batalhão de Ações de Comandos.

“Os investigados contribuíram para o planejamento de um Golpe de Estado, cuja consumação presumia a detenção ilegal e possível execução, com uso de técnicas militares e terroristas, além de possível assassinato dos candidatos eleitos nas Eleições de 2022, Lula e Alckmin, e, eventualmente, as prisões de pessoas que pudessem oferecer qualquer resistência institucional à empreitada golpista”, prossegue o documento.

Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes, os “kids pretos” presos pela Polícia Federal. Foto: Reprodução

O grupo monitorou Lula, Alckmin e Moraes após uma reunião na casa do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente, no dia 12 de novembro de 2022, segundo o magistrado.

Os investigados planejavam envenenar as autoridades ou usar explosivos contra elas e admitiam a hipótese de morrerem durante o atentado.

“Claramente para os investigados a morte não só do ministro, mas também de toda a equipe de segurança e até mesmo dos militares envolvidos na ação era admissível para cumprimento da missão de ‘neutralizar’ o denominado ‘centro de gravidade’, que seria um fator de obstáculo à consumação do golpe de Estado”, diz outro trecho da decisão.

Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line

Adicionar aos favoritos o Link permanente.