“Kids pretos”: conheça o grupo golpista que armou para matar Lula

Militares das Forças Especiais (FE) em treinamento. Apelido “Kids Pretos” é dado devido ao gorro preto. Foto: reprodução

Os “kids pretos” são uma das tropas mais especializadas do Exército Brasileiro. Com histórico que remonta a 1957, o grupo é composto por militares da ativa e da reserva treinados em Operações Especiais. O nome informal, segundo o Exército, deriva do gorro preto usado pelos membros. Internamente, também são conhecidos como Forças Especiais (FE).

Nesta terça-feira (19), 4 membros deste grupo, além de um policial federal, foram presos por tramarem golpe de Estado em 2022. Além de tomar o poder para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no cargo, eles planejaram matar, por envenenamento, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geral Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os militares que desejam integrar os “kids pretos” passam por rigorosos processos seletivos e cursos especializados, como o de Ações de Comandos e o de Forças Especiais. A formação ocorre em centros estratégicos, como o Centro de Instrução de Operações Especiais, em Niterói (RJ), o Comando de Operações Especiais, em Goiânia (GO), e a 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM).

Durante o treinamento, os candidatos aprendem a executar missões de alto risco e sigilo, incluindo combate ao terrorismo, guerrilha, insurreição, sabotagem, inteligência militar, e planejamento de fugas. Essas operações são classificadas como “guerra irregular”.

O lema divulgado em um vídeo oficial das forças especiais resume a mentalidade desses soldados: “O ideal como motivação. A abnegação como rotina. O perigo como irmão. A morte como companheira”.

Com um efetivo estimado em 2,5 mil militares até 2023, os “kids pretos” são treinados para atuar em todo o território nacional. Porém, sua utilização depende de ordens diretas do Comando do Exército, respeitando normas legais e protocolos de engajamento.

A especialização desse grupo inclui o uso de equipamentos avançados e táticas sofisticadas, o que torna suas ações notáveis. Um exemplo é o uso de granadas GL-310, comumente apelidadas de “bailarinas”, empregadas em treinamentos militares.

Apesar do prestígio técnico, os “kids pretos” caíram em descrédito após as eleições de 2022. Investigações da Polícia Federal identificaram a participação de membros da reserva em atos golpistas, incluindo os ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Depoimentos e vídeos sugerem que as táticas empregadas nos atos de vandalismo contra o Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto tinham características de coordenação militar.

Entre os envolvidos estão Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mário Fernandes, os quatro presos desta quarta-feira. Outros membros do grupo, como o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, gravou vídeos incentivando os atos golpistas.

Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mario Fernandes, os “kids pretos” presos pela Polícia Federal. Foto: Reprodução

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