Secretário aponta Juiz de Fora como porta de entrada para o turismo em Minas Gerais

turismo Leônidas Juiz de Fora

turismo Leônidas Juiz de Fora
(Foto: Felipe Couri)

“Minas Gerais começa em Juiz de Fora”, afirmou o Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, nesta terça-feira (19), em entrevista à Tribuna. O representante da pasta compareceu ao 4° Fórum de Gestão de Turismo de Negócios e Eventos de Juiz de Fora e Região (4° Gestão) no Trade Hotel, evento promovido pelo Convention & Visitors Bureau da cidade.

Em uma palestra sobre a inovação do turismo de negócios e eventos, Leônidas reforçou a importância da cultura mineira na fidelização do turista. “50% do turismo em Minas Gerais é um turismo de cultura. Mas o turismo de negócios e eventos também quer experimentar a cultura das cidades mineiras, nossa gastronomia, nossa hospitalidade. É através disso que vamos conseguir fidelizar o turista.”

Seguindo essa lógica, Leônidas reforça que Juiz de Fora possui posição estratégica e um potencial de atração de turistas significativo, devido sua proximidade com o Rio de Janeiro. Ele também ressalta a importância do Museu Mariano Procópio, um dos mais importantes do mundo.

“Os eventos e os negócios precisam ter, para além da reunião, outros atrativos a oferecer. Ter museus de qualidade, bares, restaurantes é muito importante para unir esses eventos à tradição. Pensar no turismo de experiência, como temos a rota do queijo agora, da experiência com a natureza, com a história da cidade, é extremamente importante para melhorar, consolidar e inovar o turismo na região”, aponta o secretário.

Rotas do turismo

A promoção de rotas turísticas em Minas Gerais tem sido incentivada como estratégia para expandir o turismo a destinos menos convencionais. Em Juiz de Fora, o Distrito de Rosário de Minas foi inserido na região produtora de queijo minas artesanal das Serras da Ibitipoca.

“Minas Gerais é tradicionalmente conhecida por suas regiões das águas, como o Lago de Furnas, e pelo barroco, com suas cidades históricas e coloniais. No entanto, o estado também abriga uma cordilheira que se estende por 200 municípios até o norte, além de importantes remanescentes da Mata Atlântica na Zona da Mata, onde 44% desse bioma está preservado. Pequenas cidades, vilarejos e povoados oferecem uma modalidade de turismo que tem ganhado cada vez mais espaço no mundo contemporâneo: o turismo de experiência. Nossa aposta é justamente descentralizar o turismo, conectando as pessoas à natureza e às vivências autênticas que Minas tem a oferecer”, aponta o secretário.

Para Leônidas, a promoção de rotas turísticas deve vir acompanhada de um trabalho integrado que assegure infraestrutura adequada às cidades interessadas em investir no setor. “Estamos desenvolvendo um planejamento conjunto com a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) para melhorar os acessos aos destinos turísticos”, destacou.

Setor que mais cresce no país

Ainda durante a palestra, Leônidas destacou a importância do turismo na economia nacional. No primeiro semestre de 2024, Minas Gerais foi o estado que mais cresceu na atividade turística do Brasil. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), neste período, o estado cresceu 11%, enquanto a média nacional foi de 3,4%.

Os números são fruto de iniciativas que buscam trazer inovação a um turismo que é tão tradicional. “Inovar é cuidar da tradição. E a tecnologia chega, aliada ao turismo e eventos, para oferecer experiências instigantes”, explica. A inovação, conforme Leônidas, não precisa necessariamente estar ligada a tecnologias avançadas. “Inovar é trazer o novo, o diferente, para o mercado.” Como exemplo, ele aponta hoteis e pousadas que têm modificado sua estrutura para receber animais de estimação, tornando-se pet friendly.

Para ele, a cultura mineira é um patrimônio vivo e está sempre se renovando. É preciso, portanto, trazer o novo sem perder a tradição do passado. Ele cita exemplos de inovação na cozinha mineira. “Em uma pesquisa, a primeira impressão das pessoas sobre a cozinha mineira é que ela é deliciosa, e a segunda é que é uma comida muito pesada.” Para ele, a culinária contemporânea que traz a releitura de pratos tradicionais seria uma opção para atender diferentes públicos.

Ele finaliza dizendo que o estado precisa estar preparado para receber públicos diversos e seguir o exemplo do que está sendo feito no exterior, sem se afastar das raízes mineiras que tornam o estado um atrativo único. “É preciso estar preparado para um público diverso, que têm diferentes demandas. Um público que está mais conectado com a natureza, que preza por tecnologia e conforto.”

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