É urgente que Mauro Cid volte para a prisão

Jair Bolsonaro e Mauro Cid

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, precisa voltar para a prisão.

Cid retornou ao centro das atenções em meio às recentes investigações da Polícia Federal que expuseram um plano para assassinar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. O depoimento do tenente-coronel à Polícia Federal, realizado nesta terça (19), está cercado de expectativas para que ele conte, realmente, o que sabe.

O militar, que está em liberdade sob medidas cautelares, é peça-chave na obtenção de informações sobre planos golpistas e homicidas, com base em mensagens recuperadas de seu celular e em dados do HD do general da reserva Mário Fernandes. Cid omitiu também a participação de sua turma, os ‘kids pretos’, grupo de militares que planejou o atentado.

Há indícios de que Cid tenha descumprido as obrigações previstas nas medidas cautelares, o que, segundo o Parágrafo 1º do Artigo 312 do CPP (Código de Processo Penal), justifica a decretação de sua prisão preventiva.

O eventual descumprimento também pode colocar em risco seu acordo de delação premiada, que já vinha sendo alvo de questionamentos. Apesar disso, as provas colhidas em função de sua colaboração seguem válidas para as investigações.

O ex-ajudante de ordens foi preso duas vezes em menos de um ano. A primeira ocorreu em maio de 2023 por falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro e assessores. Após quase seis meses, fechou delação premiada e deixou a prisão em setembro. Em 22 de março deste ano, foi detido novamente por descumprir medidas cautelares e obstrução da Justiça, sendo solto aproximadamente 40 dias depois.

A conexão com os planos golpistas

As mensagens de Mauro Cid foram cruciais para a “Operação Contragolpe”, deflagrada hoje pela Polícia Federal. A ação revelou um plano articulado, no fim de 2022, para assassinar alguns dos principais líderes do país.

O esquema incluía a elaboração de um ataque coordenado com armamento pesado, como granadas e metralhadoras, além de estratégias para tomar o controle do país por meio de um golpe de Estado.

O material extraído do celular de Cid mostrou uma rede de contatos que incluía militares das Forças Especiais do Exército e ao menos um policial federal, todos agora detidos.

O general Mário Fernandes, que teria financiado e dado suporte logístico ao esquema, também foi preso. As investigações apontam que ele operava como elo entre os conspiradores e possíveis aliados em posições estratégicas do governo anterior.

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