Moraes vai conduzir novo depoimento de Mauro Cid no STF

O ministro Alexandre de Moraes e o tenente-coronel Mauro Cid: o magistrado irá conduzir o novo depoimento do militar. Foto: reprodução

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o responsável por conduzir o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (21), às 14h, conforme informações de Teo Cury, da CNN Brasil.

A audiência ocorre no contexto de uma investigação sobre uma possível tentativa de golpe, que levou à prisão de cinco suspeitos na terça-feira (19).

O militar, que segundo apuração da Polícia Federal, se envolveu na ação de campana para sequestrar o magistrado, foi convocado a esclarecer divergências entre seu acordo de delação premiada, assinado em setembro de 2023, e as novas evidências levantadas pela Polícia Federal (PF). O órgão enviou ao STF um relatório apontando falhas e contradições nos depoimentos mais recentes de Cid, colocando em risco a credibilidade de sua colaboração com a Justiça.

Na terça-feira, o ex-ajudante de ordens prestou um depoimento de quase três horas à PF, onde negou qualquer envolvimento com planos golpistas ou com tentativas de assassinato do presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio Moraes. No entanto, as investigações indicam que o militar pode ter omitido informações importantes.

A nova cartada de Mauro Cid em busca de liberdade provisória – Justiça – CartaCapital
O tenente-coronel Mauro Cid: ele foi convocado a esclarecer divergências entre seu acordo de delação premiada e as novas evidências levantadas pela PF. Foto: reprodução

Trama golpista

Preso em março de 2023 por envolvimento em outras investigações, Cid foi libertado condicionalmente após firmar o acordo de delação. Porém, a crescente pressão sobre sua narrativa é evidente, especialmente após ele afirmar que Bolsonaro teria discutido com comandantes das Forças Armadas a possibilidade de um golpe de Estado, logo após sua derrota nas eleições de 2022, em reunião no Palácio da Alvorada.

A PF também investiga indícios de que o plano golpista poderia incluir ataques contra membros do Judiciário e do governo eleito, além de tentativas de assassinato de figuras importantes da administração. A prisão dos cinco suspeitos ontem reforça o avanço da apuração e aumenta a pressão sobre o militar.

Caso seja comprovado que o Cid mentiu ou omitiu dados durante seu depoimento, seu acordo de delação premiada poderá ser revogado, resultando em penas mais severas e prejudicando sua colaboração com as autoridades.

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