O artigo de Mourão em defesa do clamor das ruas. Por Moisés Mendes

Hamilton Mourão. Foto: Divulgação

Por Moisés Mendes

Fui olhar o que estava acontecendo no dia 15 de dezembro de 2022, data que os golpistas escolheram para assassinar Lula, Alexandre de Moraes e Alckmin.

Achei trechos de artigo que, por acaso, o então senador eleito Hamilton Mourão publicou no Estadão, em 14 de dezembro de 2022, um dia antes da data marcada pelos golpistas para os assassinatos

Eu comentei o artigo no meu blog na época, com reprodução dos trechos, como muitos jornalistas que se espantaram com seu conteúdo.

Sempre lembrando que o nome de Mourão não aparece nas investigações, eis os trechos em que o general defende o clamor das ruas, ou seja, o que vinha acontecendo desde a eleição de Lula, como os acampamentos golpistas no entorno dos quartéis:

“O resultado das eleições presidenciais de 2022 efervesceu ainda mais o sentimento de injustiça e indignação de uma parcela considerável da população brasileira que já contestava e questionava, sem resposta, atos exacerbados de representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que extrapolam o limite de suas cadeiras, ou seja, de suas competências e atribuições constitucionais”.

“Críticas à atuação de magistrados, às instituições judiciárias e à confiabilidade das urnas eletrônicas, assim como manifestações populares pacíficas e ordeiras que contrariem esses agentes e instituições públicos, ainda que devidamente amparadas pela Constituição federal de 1988, passaram a ser consideradas criminosas e antidemocráticas, com direito a prisões arbitrárias, multas descabidas, cerceamento de liberdades individuais, quebra de sigilos bancário e telemático, operações de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e de perfis em mídias sociais, censura prévia e remoção de conteúdos na internet”.

Hamilton Mourão. Foto: Divulgação

“Diante dos protestos e questionamentos não respondidos das vozes de mais de 58 milhões de brasileiros sobre o sistema eleitoral, nesta semana tivemos a diplomação dos novos presidente e vice-presidente eleitos. Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o País por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção”.

“O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de ‘antidemocrático’. Neste momento em que predomina o sentimento de não terem sido ouvidos e diante do cenário que já se forma, de maior gastança pelo governo que toma posse e demonstra manter as mesmas práticas de um passado fracassado, a minha mensagem aos manifestantes é para se apropriarem desta força, coragem e resiliência que provaram ter para permanecerem altivos, de cabeça erguida, firmes em suas convicções, unidos e diuturnamente vigilantes da nova condução que o País terá, das promessas e dos atos que virão. Lancem mão dos instrumentos constitucionais que garantem os direitos de uma democracia cidadã, com efetiva participação popular, e jamais se esqueçam de que soberano é o povo”.

“Usem os seus representantes eleitos no Congresso Nacional, como eu, que estarei no Senado Federal, para não apagar a chama da direita, que no passado recente não conseguia fazer uma oposição popular forte e consistente”.

Originalmente publicado no Blog do Moisés Mendes

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