Lula e Xi Jinping assinam abertura do mercado chinês para quatro produtos agrícolas brasileiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Xi Jinping, em encontro de cúpula de líderes do G20 no Rio – Foto: Ricardo Stuckert/PR

Durante sua visita ao Brasil, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) firmaram acordos que ampliam o acesso de produtos agropecuários brasileiros ao mercado chinês. Quatro novos produtos foram autorizados: farinha e óleo de peixe, sorgo, gergelim e uvas frescas.

A exportação de uvas de mesa será predominantemente de Pernambuco e Bahia, com produtores locais obrigados a cumprir normas de boas práticas agrícolas e registrar suas operações junto ao Ministério da Agricultura. A estimativa é que a abertura desses mercados gere um impacto comercial de até US$ 450 milhões anuais.

Plantação de uva de mesa no Vale do São Francisco – Foto: Embrapa Semiárido

A China, líder global na importação de farinha de pescado e gergelim, adquiriu US$ 2,9 bilhões e US$ 1,53 bilhão desses produtos em 2023, respectivamente. O Brasil ainda ocupa posições menores no comércio global desses itens, mas tem investido em aumentar sua participação nesses mercados.

Além da ampliação de mercados, foi assinado um memorando de cooperação agrícola para avanços tecnológicos e regulação de pesticidas. O acordo busca facilitar o uso de tecnologias no setor, promovendo maior produtividade e sustentabilidade.

Entretanto, novos frigoríficos brasileiros aptos a exportar carnes para a China ficaram de fora dos anúncios. Apesar do Brasil ter apresentado uma lista de dez plantas frigoríficas em outubro, os protocolos ainda não foram finalizados. Miúdos suínos, outro produto negociado, também não foram incluídos nos acordos.

“O Brasil continua sendo um parceiro estratégico para garantir a segurança alimentar da China, sendo o maior fornecedor de alimentos ao país desde 2017”, destacou Lula em declaração à imprensa. A cooperação reforça a importância do agronegócio brasileiro no cenário global.

Apesar da ampliação comercial, o Brasil optou por não aderir integralmente à Nova Rota da Seda, o programa trilionário de investimentos liderado pela China. Em vez disso, os dois países assinaram um plano para alinhar programas de investimento brasileiros ao projeto chinês, mantendo a independência diplomática.

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