Influenciadora é punida pelo Instagram após alerta contra anorexia

Luiza Allan, do perfil Não Como só Alface: ela foi punida pelo Instagram. Foto: reprodução

A influenciadora Luiza Allan, conhecida pelo perfil Não Como Só Alface, foi penalizada pelo Instagram após publicar um post denunciando a cultura da magreza nas redes sociais. A plataforma interpretou de forma equivocada o conteúdo, que relatava sua experiência pessoal com distúrbios alimentares e alertava sobre os perigos dessa cultura.

No post, Luiza incluiu um vídeo com seu relato e uma foto antiga, em que aparecia excessivamente magra devido à anorexia, acompanhada do aviso: “Aviso de gatilho para o meu último reels. Falo sobre anorexia. Se for tópico sensível para você, não assista.”

Apesar do intuito de conscientizar, o Instagram entendeu o conteúdo como uma violação das “diretrizes da comunidade sobre suicídio, automutilação e distúrbios alimentares”. Em outubro, Luiza foi notificada de que seu story poderia “levar as pessoas a se autoagredirem” e teve o post removido.

Entre os exemplos de conteúdos proibidos, a plataforma mencionou posts que debocham de transtornos alimentares, instruções sobre perda de peso e imagens que enfatizem a magreza extrema, com exceção para materiais que abordem recuperação – o caso do post de Luiza.

A imagem mostra uma notificação de um aplicativo de redes sociais informando que um story foi removido. A notificação inclui a data de 29 de outubro de 2024 e menciona que a análise foi concluída. Há um aviso sobre o conteúdo compartilhado, que pode levar as pessoas a se autoagredirem. A imagem também contém um aviso sobre anorexia e menciona que o conteúdo não segue as diretrizes da comunidade sobre suicídio e distúrbios alimentares
Aviso de restrição do Instagram ao perfil Não Como só Alface, de Luiza Allan. Foto: reprodução

Além da remoção do conteúdo, o Instagram impôs restrições severas ao perfil de Luiza, válidas até 10 de fevereiro de 2025. As medidas incluem a proibição de recomendar seus conteúdos para novos seguidores, de monetizar suas postagens, de realizar colaborações e de responder a mensagens privadas de seguidores.

A influenciadora lamentou o impacto negativo em seu trabalho: “Vou ter que trabalhar de graça para compensar algo que não foi erro meu, foi erro da plataforma. Quando o conteúdo fica restrito, isso faz com que eu não ganhe mais seguidores, o que é algo extremamente importante para o meu trabalho.”

Para reverter as sanções, Luiza acionou o suporte técnico do Instagram, submetendo um requerimento para esclarecer que o conteúdo visava conscientizar e não violava as políticas da plataforma. No entanto, não obteve retorno da empresa.

Diante da falta de resposta, a influenciadora recorreu à Justiça, entrando com uma demanda judicial. Sua equipe jurídica solicitou uma tutela cautelar antecedente para garantir a retirada imediata das sanções, com multa diária em caso de descumprimento. Até o momento, nenhuma restrição foi retirada, e Luiza segue com os recursos do perfil bloqueados.

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