Fotógrafo brasileiro teria caído no rio Sena e ido a hospital antes de sumir em Paris

O fotografo mineiro Flávio de Castro Sousa: ele desapareceu em Paris. Foto: reprodução

O fotógrafo Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, é considerado desaparecido desde terça-feira (26), quando deveria ter retornado ao Brasil e parou de se comunicar com a família. O mineiro estava em Paris, onde desembarcou em 1º de novembro, para realizar fotos em um casamento de um casal de brasileiros no dia 4 de novembro.

Para o evento, o fotógrafo estava acompanhado de Lucien Esteban, amigo e sócio de Flávio na empresa Toujours Fotografia desde 2015, que ambos mantém em Mangabeiras, Belo Horizonte. Lucien, de família francesa, voltou ao Brasil, onde reside, mas Flávio se planejou para ficar mais alguns dias de férias “curtindo a cidade”, alega o amigo. Apaixonado por Paris, Flávio fala francês fluentemente e tem muitos amigos na capital.

Lucien Esteban, confirmou à RFI desconhecer a existência de uso medicação controlada ou problemas de depressão por Flávio.

“Ele tinha economias e resolveu ficar por conta própria. Toda viagem internacional ele gostava de ir para Paris. Estava tudo bem. Ele gosta bastante de Paris e da cultura francesa. O meu pai é francês e ele adorava conversar com ele, inclusive no domingo enviou a foto em um restaurante que meu pai adora”, conta o empresário.

 

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Os últimos passos de Flávio, segundo apuração da família

O check-in on-line para o voo da Latam no dia 26 foi feito na véspera por Flávio, no entanto, ele não embarcou e a família foi avisada por uma mensagem de um amigo francês de Flávio, chamado Alex, que ele teria sofrido um acidente, mas o mesmo amigo não estaria com o fotógrafo na hora do ocorrido.

Segundo Rafa Basso, outro mineiro e amigo de Flávio, que mora em Paris, o acidente consistiu em uma queda no rio Sena, na altura do Café Les Ondes, no 16° distrito da capital, a poucos metros da beira do rio e próximo da Torre Eiffel, onde testemunhas relatam terem visto Flávio na terça, dia 26. Flávio deu entrada no hospital Georges Pompidou, próximo do ocorrido, foi liberado ainda na terça. Rafa Basso conta que em contato com a unidade hospitalar não conseguiu acesso ao prontuário e que teria entrada às 6 da manhã e saiu ao meio-dia.

“O hospital apenas diz que se deram alta para ele é porque ele estava bem e estava consciente. E realmente, pois depois disso, a agência através da qual ele alugou o apartamento onde estava hospedado, confirmou que Flávio foi até a agência pessoalmente, ainda com as roupas molhas, pedir a extensão de mais um dia de hospedagem. Em seguida, ele teria voltado para este apartamento, tomado banho e começado a arrumar a mala, mas depois disso a gente não tem mais contato nenhum”, relata o amigo.

O apartamento no 13° distrito de Paris é alugado pela agência Check My Guest, que confirmou as informações a Rafa Basso. De acordo com ele, os pertences, incluindo o passaporte, foram retirados do imóvel por um amigo, que foi contactado pela agência após constatar que a mala de Flávio permanecia no local mesmo após o horário determinado para a saída. O mesmo amigo se recusa a abrir a mala sem a presença da polícia, que ainda não solicitou a revista do conteúdo para buscar pistas sobre o desaparecimento de Flávio.

 

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O que as autoridades dizem

O celular de Flávio teria sido encontrado em um vaso de plantas no Café Les Ondes por um funcionário, no dia 27, quarta-feira, que contou a versão para a família. O celular agora está em posse de Rafa Basso, que afirmou que levará o aparelho até a polícia para poder ser investigado em busca de algo que possa indicar o paradeiro do fotógrafo.

“Não sei se é preconceito, mas polícia só diz que ele estava bêbado. Então não sabemos se foi mesmo bebida e se ele estava sozinho ou não”, detalha Rafa Basso, que reforça a origem extra oficial das informações; já que a polícia não transmitiu nenhuma nota oficial sobre o caso.

Amigos e familiares no Brasil acionaram a polícia francesa com a ajuda dos amigos na França e o Consulado-Geral do Brasil em Paris.

Em comunicado, o Consulado afirma ter “conhecimento do caso” e que “está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares”, entretanto reforça que “Ministério das Relações Exteriores não fornece informações detalhadas sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.

Segundo familiares, foi feita também uma solicitação para que o nome de Flávio seja incluído na lista de desaparecidos da Interpol.

A família já recebeu algumas informações sobre pessoas que teriam visto Flávio envolvido em uma briga de rua perto da prefeitura de Paris, mas já viram fotos e vídeos dos relatos, e descartaram ser o mineiro.

Publicado originalmente na RFI

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