Mercado acha que Bolsonaro vai ser preso, mas prefere votar nele contra Lula, diz Quaest

Lula e Bolsonaro: Mercado financeiro vota no ex-capitão contra o petista. Foto: reprodução

O mercado financeiro acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem grandes chances de ser preso, mas ainda o prefere ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma possível disputa eleitoral em 2026, conforme dados da Quaest.

De acordo com uma pesquisa realizada com gestores, economistas, traders e analistas das principais empresas de administração de ativos do país, 55% dos entrevistados acreditam que o ex-capitão será preso. A pesquisa envolveu profissionais dos centros financeiros de São Paulo e Rio de Janeiro.

Essa é a primeira vez que a maioria dos integrantes do mercado passa a considerar a prisão de Bolsonaro uma possibilidade real. O ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Embora ainda não seja réu, ele corre o risco de ser detido caso a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF), que pode julgá-lo por crimes relacionados à trama.

Apesar disso, 80% dos entrevistados afirmaram que votariam em Bolsonaro contra Lula em 2026, caso ele fosse candidato. No momento, Bolsonaro está inelegível até 2030, mas continua sendo a escolha de boa parte do mercado financeiro em um confronto com o atual presidente.

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Jair Bolsonaro: 55% dos integrantes do mercado financeiro acha que o ex-presidente será preso. Foto: reprodução

A pesquisa também revelou que a preferência do mercado é ainda maior pelos governadores de São Paulo e Goiás, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União). Ambos obtiveram apoio significativo no levantamento, com 93% e 91%, respectivamente, dos entrevistados dizendo que votariam neles contra Lula.

Mesmo assim, 70% dos profissionais consultados acreditam que Lula será candidato à reeleição em 2026, embora não conte com o apoio do segmento financeiro. Esse percentual era de 86% na pesquisa anterior, realizada em março, indicando uma leve redução no consenso sobre a candidatura de Lula.

Entre os motivos para a rejeição ao atual governo, 86% apontaram que o foco principal da gestão é a popularidade de Lula, enquanto 88% acreditam que a economia deve piorar em 2025. Além disso, 96% consideram que a política econômica do país está indo na direção errada, reforçando a insatisfação do mercado com as medidas do governo.

A pesquisa da Quaest foi realizada entre 29 de novembro e 3 de dezembro, com 105 entrevistas virtuais feitas com representantes de fundos de investimento.

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