PM que jogou jovem de ponte matou homem com 11 tiros no ano passado

Antes de jogar motociclista da ponte, Luan Felipe matou suspeito com 11 tiros em 2022. Foto: reprodução

O soldado Luan Felipe Alves Pereira, que aparece em vídeo arremessando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo, tem um histórico de outros supostos crimes com a farda. Em março de 2023, ele foi acusado de matar Maycon Douglas Valério, de 31 anos, mas o caso foi arquivado em janeiro deste ano, com alegação de legítima defesa aceita pelo Ministério Público (MPSP) e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Na ocasião, o policial fazia uma patrulha em Diadema, região metropolitana de São Paulo, quando perseguiu Maycon, que dirigia sem capacete e camiseta. Após abandonar a moto e fugir a pé, o homem teria, na versão do PM, deixado cair um revólver, que tentou recuperar antes de ser alvejado. A câmera corporal de Luan registrou 12 disparos, dos quais 11 atingiram a vítima no peito e no rosto.

De acordo com a defesa do policial, os disparos foram efetuados com o objetivo revidar a suposta “injusta agressão” de Maycon. A morte do motociclista só foi registrada após os disparos, em um hospital de Diadema.

Luan Felipe e seu companheiro alegaram que os 11 tiros não mataram o homem na hora e, por isso, levaram ao pronto atendimento. Essa ação, porém, dificultou a perícia que poderia investigar o que aconteceu durante a ocorrência.

O laudo pericial confirmou os disparos, mas apontou que apenas 11 partiram da arma do PM. Dois outros sons, interpretados como tiros, não foram confirmados como disparos do suspeito. O promotor João Otávio Bernardes Ricupero arquivou o caso, afirmando que as circunstâncias do homicídio foram “esclarecidas”.

As imagens da câmera corporal de Luan Felipe, no entanto, não deixam claro a chance de Maycon disparar contra os policiais.

Imagens da câmera corporal de Luan Felipe mostram a ocorrência em que culminou na morte de Maycon. Foto: reprdoução

Na última terça-feira (3), o vídeo de Luan jogando um suspeito de uma ponte na Cidade Ademar, zona sul da capital paulista, gerou indignação e levou ao afastamento do soldado e de outros 12 policiais envolvidos. A atitude foi criticada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL).

Tarcísio afirmou que o policial “não está à altura de usar a farda”. “Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda”, declarou o político bolsonarista nas redes sociais.

Derrite reforçou que “nenhum tipo de desvio de conduta” será tolerado e ordenou o afastamento imediato dos policiais envolvidos. “Essa ação não encontra respaldo nos procedimentos operacionais da Polícia Militar”, afirmou em vídeo.

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